A China CAMC Engineering (CAMCE) vai utilizar tecnologia pernambucana na instalação do complexo agroindustrial San Buenaventura – EASBA, na Bolívia, com capacidade para processar 7 mil toneladas de cana por dia.
No projeto será instalado o equipamento patenteado pela empresa Gasil – Gases e Equipamentos Silton, de Pernambuco, que possibilita a substituição do enxofre por ozônio no processo de clareamento do açúcar.
Além de tornar o açúcar mais saudável e não poluir o meio ambiente, o ozônio também proporciona ganho de produtividade na fabricação de etanol.
O uso do ozônio no tratamento do caldo de cana em substituição ao enxofre estava previsto do edital de licitação internacional lançado pelo governo boliviano.
A justificativa da exigência é a necessidade de adoção de um sistema com tecnologia ecológica uma vez que a unidade industrial está localizada próxima a um importante parque ecológico.
O governo boliviano investirá 150 milhões de dólares no complexo que será instalado no município de San Buenaventura, a 100 km de La Paz.
Concorrendo com empresas do México e do Brasil, a CAMCE ganhou a concorrência e, no próximo dia 5 de março assinará contrato com o governo da Bolívia em solenidade que contará com a presença do presidente Evo Morales e representantes da CAMCE e da Gasil.
Outra empresa Chinesa, a KLIM-CO, gigante do setor metal mecânico, também está firmando acordo com a empresa pernambucana a fim de implantar a tecnologia de substituição do uso do enxofre por ozônio em usinas do continente asiático.
A tecnologia da Gasil, única no mundo, foi desenvolvida há sete anos e já está sendo utilizada por usinas em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso do Sul e Paraíba.
No ano passado, 12 milhões de toneladas de cana foram processadas por esse novo sistema no Brasil.
Este ano, a estimativa é de que esse volume chegue a casa dos 20 milhões devido a instalação dos geradores de ozônio em mais três usinas.
Além dos benefícios à saúde e ao meio ambiente, a nova tecnologia tem possibilitado uma economia de mais de R$ 1,90 por tonelada de cana para as usinas devido à redução do uso de produtos químicos, diminuição de custos com mão de obra e desgastes dos equipamentos.
Existe ainda a tendência de que, no futuro breve, o uso de enxofre no processo de branqueamento do açúcar seja totalmente abolido devido os prejuízos causados à saúde e ao meio ambiente.
Os malefícios provocados pelo uso do enxofre tem sido uma preocupação constante dos órgãos de controle ambiental e de produção de alimentos para consumo humano.
No Brasil, já tramita no Congresso Nacional proposta prevendo restrições ao uso dessa substância.
Nos Estados Unidos e Europa o uso em alimentos já é proibido há várias décadas.