Atualizado às 17h59 Quem quiser saber como e por quanto foi contratada a empresa responsável pelos fogos de artifício estourados na abertura do Carnaval 2012, no Marco Zero, terá que procurar no Diário Oficial.
Ninguém deu esclarecimentos sobre a polêmica nesta quarta-feira (22) durante a entrevista coletiva onde foi apresentado o balanço da festa deste ano.
A presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR), Luciana Félix, deixou a Central do Carnaval sem dar entrevistas, enquanto os jornalistas abordavam o prefeito João da Costa (PT) que, apesar de ter detalhado vários números do Carnaval, disse “não ter condição” de explicar o contrato.
A polêmica envolvendo os fogos de artifício começou no dia 14 de fevereiro, quando a líder da oposição, Priscila Krause (DEM), denunciou elevação de 219%, em relação ao ano anterior, no valor que seria pago pela FCCR pelo fornecimento de fogos de artifício e realização de shows pirotécnicos.
O contrato que seria assinado este ano indicava um valor de R$ 1,544 milhão contra R$ 484 mil gastos em 2011.
No dia seguinte, dois dias antes da abertura do Carnaval, o prefeito afirmou: “Só vamos ter fogos este ano no Carnaval se for pelo mesmo preço de 2010”, disse no dia 15.
Quando abordado pelo Blog de Jamildo, nesta quarta-feira, João da Costa foi evasivo, mas garantiu que tudo foi feito dentro da lei. “Você vai ver nos empenhos que o preço pago é o mesmo do ano passado, que foi a condição colocada para que a gente mantivesse todas as atrações e programação do Carnaval.
Nada foi deixado de fazer e tudo de acordo com a melhor economicidade para a cidade, garantindo fiscalização, controle.
Faz parte da relação de transparência que a gente tem tido com a cidade, com o povo do Recife”.
Questionado se houve dispensa de licitação, visto que a abertura do Carnaval aconteceu três dias após a divulgação da polêmica, o prefeito permaneceu escorregadio. “É feito de acordo com o contrato que você tem e que você paga os mesmos preços.
Vocês vão poder comprovar como foi feito.
O importante é que a gente garantiu a festa bonita e dentro dos padrões que a cidade já conhece”.
Após a insistência do Blog, João da Costa, orientou o repórter a investigar. “Querido, querido, como diria o presidente Lula (na verdade, quem chama os jornalistas de “queridos” quando se irrita com a pergunta, é a presidente Dilma Rousseff), depois você vê nos empenhos, checa se o preço foi o mesmo.
Você checa.
Porque eu tô trabalhando aqui no Carnaval, dei uma condição, e ela certamente seria realizada.(…) Quando vocês têm dúvida, aí vocês fazem um jornalismo investigativo, tá certo?
Eu não tenho condição de dizer aqui, porque não cuido de todos os detalhes da festa.
O prefeito deu uma condição para que isso se realizasse.
Essa condição vai estar estabelecida dentro da legalidade.
Agora, eu dizer a você nome de empresa, número de empenho…
Não tem condição”.
Balanço carnaval multicultural recife 2012 View more documents from Daniel Guedes.
NÚMEROS - A Prefeitura comemorou os números do Carnaval 2012, festa que demandou um investimento de R$ 32 milhões em patrocínios e recursos próprios.
De acordo com o secretário de Cultura, Renato L, o incremento econômico que o Carnaval gerou nas finanças da cidade foi de mais de R$ 595 milhões.
O valor é 15% maior que o do ano passado.
O número de turistas também cresceu.
Foram 710 mil visitantes, contra 690 mil do ano passado.
A maioria (39%), no entanto, veio do próprio Estado, de cidades da Região Metropolitana e do interior.
Outros 31% vieram de outros Estados nordestinos, enquanto 24% vieram de outras regiões do Brasil.
Os estrangeiros representam apenas 6% dos turistas que vieram ao Recife.
Por isso mesmo, a Prefeitura pretende investir na divulgação da festa lá fora, principalmente em Miami (EUA), de onde sai um voo direto para o Recife.