Cerca de dez mil operários da construtora Norberto Odebrecht que trabalham na obra de construção da Petroquímica Suape (PTA, POY/PET), em Ipojuca, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, hoje (17).
O movimento foi deflagrado em função de erros no pagamento do programa de participação nos lucros e resultados (PLR) dos operários.
Uma nova assembleia será realizada na próxima quinta-feira (23), após o Carnaval.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada de Pernambuco (Sintepav-PE), Aldo Amaral, inicialmente a mobilização atingia apenas 800 trabalhadores do setor de montagem industrial.
Mas devido à intransigência dos negociadores da empresa os demais operários resolveram aderir ao movimento grevista. “Tentamos fazer uma negociação tranqüila, mas os representantes da Odebrecht destrataram os trabalhadores utilizando palavras impublicáveis.
Os ânimos se acirraram e os funcionários decidiram parar.
A empresa precisa aprender a tratar os trabalhadores com respeito”, afirmou Amaral.
Ainda no início da manhã o sindicalista tentou sensibilizar a empresa para os prejuízos da paralisação ao sentar novamente para negociar as reivindicações dos trabalhadores, mas não houve acordo.
ASSEMBLEIA - O estopim para a greve foi o pagamento de apenas 66 horas do PLR – relativas à produtividade durante o segundo semestre de 2011.
Os trabalhadores reivindicavam 150 horas, mas a empresa só admitia remunerar 130 horas.
A proposta foi colocada em votação na assembleia realizada no início da manhã de hoje e os trabalhadores decidiram parar. “E agora só voltaremos se a empresa pagar 220 horas para todos, que é o cálculo correto”, finalizou Aldo Amaral.