Por Maria Clara Cabral, na Folha.com O PSD sofreu uma derrota nesta quinta-feira (16) com a decisão do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), de que o partido não terá direito a presidir nenhuma comissão temática da Casa.
Pelo entendimento, o partido do prefeito Gilberto Kassab também não ficará com nenhuma vice-presidência e seus deputados integrarão as vagas que sobrarem nas comissões.
Com 47 deputados, o PSD poderia ter direito a escolher a presidência de duas comissões temáticas e indicar os integrantes das comissões antes de quase todos os partidos.
No entendimento do presidente da Câmara, no entanto, as composições internas devem seguir o tamanho das bancadas eleitas e “devem permanecer inalteradas por toda a Legislatura”.
Como o PSD foi formado no ano passado, depois das eleições, ele não terá o mesmo direito dos demais partidos. “Neste momento, para a manutenção do equilíbrio e da governabilidade da Câmara, entendemos que esse é o melhor caminho”, justificou Maia.
O líder do PSD, deputado Guilherme Campos (SP), já anunciou que o partido vai à Justiça recorrer da decisão.
E o resultado do questionamento pode influenciar outros temas cruciais para a existência do partido, como o tempo de televisão e o fundo partidário.
A expectativa é que a opinião da Justiça saia antes de as comissões começarem a funcionar, o que deve acontecer na primeira semana de março.
A resposta de Maia foi dada a um questionamento feito ontem por Guilherme Campos no plenário da Câmara sobre a participação do partido na regra da proporcionalidade da Casa.
Pela regra, as escolhas das presidências das comissões é feita de acordo com o tamanho das bancadas.
O maior partido, no caso o PT, tem direito a escolher primeiro qual comissão presidirá.
Maia tentou costurar um acordo com os partidos que perderam deputados para o PSD, mas não obteve sucesso.