Foto: Câmara do Recife/Divulgação Vice-líder do governo na Câmara dos Vereadores, Vicente André Gomes (PSB) não mediu críticas a Priscila Krause (DEM) em relação à denúncia de superfaturamento do valor dos fogos de artifício para o Carnaval deste ano.

Para ele, a democrata agiu de má fé e quis fazer “Carnaval” ao apresentar a denúncia e ao pedir a cabeça da presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR), Luciana Félix.

Para Gomes, Priscila tem “uma imaginação fértil” e errou ao denunciar o caso antes da assinatura de contratos ou empenhos. “Dados que tenho comprovam que Priscila Krause quer fazer uma jornada sensacionalista.

Trata-se de um processo de sensacionalismo que, mais uma vez, ela não consegue provar. É sensacionalismo político.

Trata-se de Carnaval no período certo, que é o próprio Carnaval.

Ela se acha a paladina da denúncia.

Fez pré-julgamento”, disparou.

De acordo com denúncia apresentada por Priscila, o processo licitatório para contratação dos fogos de artifício apresenta sinais não só de sobrepreço como de favorecimento à empresa vencedora.

A partir das informações publicadas no Portal de Compras da Prefeitura, a vereadora apontou uma elevação de 219%, em relação ao ano anterior, no valor que seria pago pela FCCR pelo fornecimento de fogos de artifício e realização de shows pirotécnicos.

Comparando os dois certames, é possível constatar que a quantidade e as especificações do objeto contratado são idênticas, o que não justifica o aumento de mais de R$ 1 milhão no preço.

Neste ano, o valor homologado na ata de registro de preço - válida por 12 meses - foi de R$ 1,544 milhão contra R$ 484 mil gastos em 2011.

A empresa vencedora dos sete lotes da licitação, da qual participaram quatro concorrentes, foi a Pernambuco Fogos de Artifício LTDA.

Reportagem do Jornal do Commercio desta quarta-feira mostra, no entanto, que a ganhadora está sediada no mesmo endereço da empresa dona do segundo menor lance em todos os lotes do certame, a Piroex Ltda. (Minas Pirotécnica).

Com matriz em Minas Gerais, a segunda colocada, conforme consta no seu site, tem filiais em várias capitais.

No Recife, ela funciona na Avenida Mascarenhas de Morais, Imbiribeira.

Após as denúncias, a Prefeitura do Recife suspendeu a licitação.

Pela manhã, o prefeito João da Costa disse que não faria um pré-julgamento do caso.

Nesta quarta-feira (15), Priscila subiu à tribuna para pedir a exoneração de Luciana Félix e de todos os envolvidos com licitações.

A vereadora também disse que pedirá ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) uma auditoria especial em todas as contas da Fundação. “Vou protocolar no TCE ofício para que abra uma auditoria especial na Fundação de Cultura e sugiro ao prefeito que demita Luciana Félix”, disse Priscila na Câmara, provocando a revolta de Vicente André Gomes. “Como se pede a cabeça de alguém porque você deduz que pode haver alguma coisa irregular?

Isso é um julgamento precipitado.