O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) ocupou hoje (09.02.2012) a tribuna pela primeira vez em 2012 para avaliar o Governo Dilma Rousseff e fez uma análise crítica da gestão petista. “O diagnóstico que fica deste primeiro ano de governo é o do continuísmo.

Dilma não imprime uma marca própria ao seu governo, repete todos os erros e excessos de seu antecessor.

Acenou com um combate efetivo à corrupção e com uma mudança de métodos políticos, e nada fez.

Infelizmente, é mais do mesmo”. “Nesse quadro deteriorado de nossa política, incentivado pela ocupante do Executivo, se vê de tudo.

Não existe a soma de esforços e a troca de ideias em busca de um objetivo comum.

A capacidade técnica é desconsiderada na distribuição dos cargos.

O que realmente vale é o poder de barganha do padrinho político.

O que impera é a promiscuidade e o escândalo”, argumentou o senador Pernambucano.

De acordo com Jarbas, a chantagem, antes restrita aos bastidores, hoje é feita às claras, por meio da mídia. “Cada um defende o seu quinhão neste verdadeiro loteamento em que se transformou o governo brasileiro”.

Para o peemedebista, Dilma recebeu uma “herança maldita” do seu antecessor e padrinho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nosso País foi transformado pelo então presidente em um enorme ‘centrão’ ideológico, no qual sobram, de um lado, siglas sem conteúdo e, de outro, retóricas pseudoesquerdistas.

O que vale mesmo é a luta desenfreada pelos espaços de poder e pelas benesses decorrentes dessa ocupação, a famosa ‘boquinha’, para usar uma expressão que o povo entende muito bem.” Apesar das críticas, Jarbas Vasconcelos abriu uma exceção para elogiar a presidente da República: “considero como positivas as iniciativas da presidente da República de reconhecer publicamente a importância e as contribuições do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para o Brasil de hoje”.

O senador observou que Dilma ensaiou alguma mudança na política externa, mas terminou recuando. “Se vislumbrou uma mudança iniciada com a troca de um chanceler, comprometido ideologicamente, por outro, de perfil mais profissional.

O Brasil, finalmente, adotou um posicionamento firme com relação ao regime radical do Irã.

Frisei que essa área merecia elogios porque, na última semana, tudo mudou.

A presidente, em visita oficial aos irmãos ditadores de Cuba, confrontada com a questão do respeito aos direitos humanos na ilha, saiu com uma improvisação que só pode ter inspiração no seu tresloucado assessor especial Marco Aurélio Garcia – uma das muitas heranças de seu antecessor” De acordo com Jarbas, para defender a feroz repressão do regime cubano a seus opositores, comparou a ditadura cubana aos Estados Unidos. “Em um discurso raso, de perfil ideológico, anacrônico e indigno de uma presidente que representa um país que, até pouco, tinha a tradição de independência em política externa”.

ECONOMIA - Jarbas Vasconcelos também questionou a política econômica comandada pela presidente Dilma. “O governo tem a marca da improvisação. É uma gestão cambaleante, indecisa e episódica.

Não há um planejamento consistente para enfrentar uma crise que não é nova.” Para o senador do PMDB, o Governo brasileiro, beneficiado pelo crescimento mundial da primeira metade da década, usa seus resultados positivos apenas como “peça publicitária” e “não aproveita o momento de bonança para estabelecer fundamentos sólidos em nossa economia, que pressupõem a reforma fiscal e a trabalhista, indispensáveis a um crescimento sustentável”.

No seu discurso, Jarbas afirma que o resultado da soma desse excesso de otimismo e de imprevidência tem levado o País a enfrentar uma carga tributária absurda, um sucateamento industrial progressivo – “que nos transforma em meros fornecedores de matéria-prima – e uma necessidade urgente de mão-de-obra qualificada, resultado de anos de desatenção à área da educação”. “Qual é a resposta do Governo para essa situação?”, questionou Jarbas, respondendo em seguida: “A improvisação.

Exemplo disso são as recentes decisões do governo no que se refere à política industrial, particularmente quanto ao importante setor automotivo.

Para enfrentar a perda de competitividade das montadoras instaladas no país, a solução mais fácil foi taxar as importações, esquecendo que as maiores importadoras são as próprias montadoras “nacionais”.

Por que isso acontece?

Não há planejamento”.