Eles fizeram um ato de protesto contra o Governo do Estado.

Curiosamente, são parte do centro do governo e compõe, como a própria lei estadual denomina, o núcleo de gestão.

Vestiram luto como a foto acima mostra, no último dia 02/02/2012.

O texto foi escrito por um analista de controle interno da Secretaria da Controladoria Geral do Estado, Juliano Ferro, e encontra-se publicado no blog da ASCIPE para que todos lessem. “Vou dizer o motivo de minha insatisfação e arrisco falar que também é o da grande maioria: temos a quarta pior remuneração do país e a segunda pior do Nordeste, no cargo que exercemos.

Tivemos um reajuste vergonhoso de 5%, que não supera nem a inflação, num estado onde seu governo grita aos quatro cantos que Pernambuco vai explodir de tanto progresso.

Progresso, esse?

Onde nós que compomos o núcleo de gestão estamos sendo maciçamente desvalorizados?

Vimos o atual secretário de administração, ainda no nosso curso de formação, ironizar: “vocês são mais que auditores”.

Somos, sim, quando desempenhamos nosso trabalho com eficiência e damos resultado ao nosso povo.

Entretanto, não somos, quando temos em nosso estado os de fato “auditores” que trabalham 6 horas por dia, enquanto nós perfazemos 10 horas diárias presos num sistema totalmente rígido; não somos, quando se tem em mente que o final de carreira de um auditor aqui no estado significa o dobro da nossa realidade.

Talvez sejamos auditores se considerarmos que nossas atribuições eram desempenhadas pelos auditores fiscais da Secretaria da Fazenda, num passado recente.

Devia ser esta a memória a que se remetia Ricardo Dantas, por lembrar-se que eram as mesmas que ele desempenhava na condição de auditor.

Não desmereço o trabalho e a devida valorização dos auditores fiscais, mas cobro a nossa, por ser tão importante quanto a deles.

Apresentamos um estudo com esses aspectos há um ano e meio e, no entanto, não obtivemos resposta até o presente momento.

Pelo contrário, recebemos um “venham aqui no segundo semestre, quando a poeira baixar”.

No entanto, as portas foram fechadas.

E hoje, qual não foi a decepção, parte dos analistas da Controladoria já deixaram a casa, outros estão na expectativa de suas nomeações para outros órgãos e a maior parte de nós estuda na perspectiva de um cargo com remuneração digna, coisa que por enquanto não encontramos por aqui…”