Da Reuters A presidente Dilma Rousseff autorizou trocas no segundo escalão do governo para estimular a melhoria da gestão de alguma áreas, além de exigir que todos os ministérios tenham sistemas de acompanhamento em tempo real dos programas e obras do Executivo, disse à Reuters o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra.

As mudanças envolvem empresas estatais e órgãos da administração pública que até então tinham passado por pequenas mudanças nas suas diretorias, muitas vezes motivadas por denúncias de irregularidades. “A presidente estimulou que fossem feitas trocas para melhorar a gestão”, disse Bezerra à Reuters nesta terça-feira.

Segundo relato de um auxiliar do Palácio do Planalto, que falou sob condição de anonimato, há melhorias de gestão que podem ser feitas por sistemas de informática, mas há outras em que a troca de pessoas é imperativa para apresentação de resultados mais rápidos.

Essa fonte lembra que as trocas começaram pela Petrobras, quando a presidente escolheu a diretora de Gás e Energia, Maria das Graças Foster, para suceder José Sérgio Gabrielli na presidência da estatal.

A substituição de pessoas no segundo escalão do governo é uma demanda antiga dos partidos aliados, que pressionaram muito pelas mudanças no começo do ano passado. À época, a presidente argumentava que fazia uma gestão de continuidade administrativa e, portanto, não era necessário fazer mudanças generalizadas.

Apesar de focar a gestão, Dilma tem levado em conta as indicações políticas, mas estabeleceu que as sugestões tenham conhecimento técnico da área que pretendem assumir e atendam os critérios de ficha limpa, ou seja, que não tenham sido condenados por decisões colegiadas do Judiciário em nenhuma instância, o que torna mais difícil a escolha de aliados.

Bezerra disse que na sua área haverá mudança em uma secretaria da pasta e uma reformulação completa na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf), no Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs) e na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) - órgãos envolvidos em denúncias de irregularidades. “Na secretaria de Infraestrutura Hídrica vamos substituir o Augusto Wagner Padilha, que está indo para a iniciativa privada, pelo Francisco José Coelho Teixeira, que era presidente da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará”, disse Bezerra.

As demais mudanças nas empresas e órgãos do governo na sua área devem ocorrer ao longo dos próximos dias, já que os nomes estão sendo analisados pela presidente.

Segundo ele, as indicações estão sendo negociadas com os partidos aliados que já ocupavam esses cargos, mas pode haver uma nova composição em alguns casos.