Por Débora Duque, no Jornal do Commercio Na tentativa de contornar a polêmica provocada por suas declarações na última plenária do PT municipal, o prefeito João da Costa foi econômico nas palavras.

Por telefone, ele se negou, ontem, a comentar a reação do correligionário Dilson Peixoto e garantiu estar respeitando o acordo firmado com lideranças do PT para que sejam evitadas discussões públicas sobre a sucessão.

No evento do sábado (28), o gestor reativou o debate questionando ao público presente se estaria ele “traindo a bandeira do PT ou da cidade”, aludindo, indiretamente, ao rompimento com o ex-prefeito João Paulo. “Aquilo foi uma fala de militante.

Eu tive uma conversa com o senador Humberto Costa, na qual combinamos que só falaríamos sobre eleição na instância interna do partido, e estou respeitando isso”, afirmou João da Costa.

De acordo com o petista, suas últimas declarações foram dadas na instância partidária e, por isso, o referido “pacto de silêncio” não foi quebrado.

Em conversa rápida com o JC, o prefeito não chegou a comentar se a fala do último sábado foi um recado ao seu antecessor.

Já um de seus porta-vozes políticos, o secretário municipal de Turismo, André Campos (PT), considerou que as declarações do gestor foram mal interpretadas.

Para o petista, João da Costa não teve o intuito de reavivar as discussões sobre o rompimento com seu ex-padrinho político. “Ele não se refere a João Paulo.

A intenção foi exatamente mostrar que ele não traiu o programa de governo do PT e que, por isso, não há motivos para não ser ele o candidato do partido.

O tom foi político, não pessoal”, opinou Campos, sem deixar de alfinetar Dilson Peixoto. “Antes de falar, ele deveria procurar analisar as declarações.

Ouviu o galo cantar e opinou sem saber o que aconteceu”, criticou.

O secretário ainda ressaltou que o prefeito não está preocupado em descolar-se da pecha de “traidor” na briga com João Paulo. “Isso não é motivo de preocupação.

O grande mote é que a gestão cumpre rigorosamente a linha programática da Frente Popular”, assinalou.