No Jornal do Commercio Pivô das denúncias de direcionamento dos recursos públicos para Pernambuco, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, não esteve, estranhamente, no ato de assinatura da ordem de serviço, ontem pela manhã, em Palmares.

Durante o discurso, o governador Eduardo Campos deu outra demonstração de que não queria mais desgaste político em razão da agenda negativa criada em torno do caso.

Ele gastou boa parte do tempo agradecendo nominalmente a prefeitos, vereadores, deputados, presidentes de associações e à presidente Dilma, mas, em nenhum momento, tocou no nome do ministro.

Questionado pelo fato de ter omitido justamente o nome do grande responsável pela liberação do dinheiro, Eduardo informou que “não queria alimentar o debate vazio.” De acordo com ele, o assunto já foi superado e “o ministro respondeu bem a todos os questionamentos.” Demonstrando uma certa irritação com quem “quer fazer confusão em ano de eleição”, Eduardo mandou um recado. “Quem quer chupar o limão, fique à vontade.

Pode chupar o limão sozinho.

Não tem problema.

A gente vai fazer a limonada.” Antes da chegada do governador, homens da casa militar impediram que moradores descontentes com a construção da barragem exibissem faixas de protesto.

Todos aceitaram as ordens e enrolaram o material que cobrava “casa antes do início da obra.” No momento em que Eduardo acabou o discurso, os moradores abriram as faixas do lado de fora da quadra esportiva onde estava acontecendo o ato.

Ao perceber a movimentação, Eduardo Campos desistiu de entrar no veículo oficial e foi ao encontro dos manifestantes.

Ouviu de um deles: “Na conversa já está tudo certo, mas a gente não quer conversa.

O senhor fez muita coisa por Pernambuco, mas não pode nos deixar embaixo de uma lona.”