Na Folha.com Na semana que vem, chega ao Brasil a número 3 da diplomacia dos Estados Unidos: a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos, Wendy Sherman.
O principal interesse de Wendy é discutir parcerias educacionais, entre elas o programa Ciência sem Fronteiras –menina dos olhos da presidente Dilma Rousseff.
O programa tem como meta dar bolsas para 100 mil brasileiros estudarem ciências, tecnologia, engenharia e matemática em universidades estrangeiras.
Os primeiros 650 alunos que ganharam bolsas para estudar nos EUA chegaram ao país no início de janeiro.
O governo americano quer chegar a mais de mil estudantes brasileiros em setembro, início do ano letivo dos EUA, e 10 mil ate 2013.
Para as universidades americanas, o Ciência sem Fronteiras é ótimo negócio.
O governo americano promete agilizar vistos e processos de aprovação dos alunos brasileiros, cujos estudos serão custeados por empresas brasileiras e pelo governo.
Wendy chega em Brasília no dia 2 de fevereiro, e segue para Recife no dia 3.
Lá, vai assinar um programa de cooperação com o governo de Pernambuco para promover o intercâmbio de 300 jovens, que irão para os EUA aprender inglês.
Mas não é só de educação que vai tratar a viagem da subsecretária.
Em Brasília, Wendy vai se encontrar com o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e com Vera Machado, subsecretária de assuntos políticos do Itamaraty.
O governo americano não confirma, mas a visita da presidente Dilma ao presidente Barack Obama deve estar na pauta.
A data discutida para a visita da presidente Dilma a Obama é logo após a Cúpula das Américas, que se realiza nos dias 14 e 15 de abril na Colômbia.
Caso isso não dê certo, uma alternativa seria a segunda quinzena de março.
Antes de vir ao Brasil, Wendy passa pela Colômbia, onde se encontra com o presidente Juan Manuel Santos e deve discutir o acordo de livre comércio assinado com o país, depois de muito vai-e-vem no Congresso americano.
De lá, vai para o México, onde a pauta e redução da demanda por drogas e Iniciativa de Mérida.
Wendy é uma figura respeitada nos círculos de “policymakers” de Washington.
Ela trabalhou como coordenadora de políticas para Coreia do Norte da então secretária de Estado Madeleine Albright, no governo Clinton.
Wendy é uma das poucas pessoas que conheceram pessoalmente o “Grande Líder” da Coreia do Norte, Kim Jong Il, que morreu em dezembro.
Em 2000, ela assistiu a um espetáculo de dança em Pyongyang ao lado de Jong Il. “Ele é divertido e bem humorado”, contou Wendy. “Tivemos uma impressão muito diferente da imagem que ele tem no mundo.” Ela disse a Jong Il que tinha impressão de que ele havia sido “um grande diretor” em outra vida. “Ele claramente tinha muito prazer em montar essas performances”, disse. “Ele me contou que tinha todos os filmes que já haviam ganho o Oscar e todos os jogos de basquete de Michael Jordan”.
Mas a subsecretária completou: “Não há como negar que ele dirigia um Estado ditatorial e que não exisitiam liberdades”.
O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, ocupou o cargo de Wendy no Departamento de Estado por um breve período no ano passado, enquanto ela não conseguia receber confirmação no Senado americano.