Por Junior Matuto, especial para o Blog de Jamildo O professor Michel Zaidan cismou de ganhar nome esculhambando o governador Eduardo Campos e a família Arraes.
São artigos publicados com regularidade de demente, um a cada trinta dias pelo menos, cada um mais virulento que o outro.
São tão equivocadas as afirmações e tão rancorosos, desequilibrados e sem propósito os ataques, que não podem ser compreendidos com as ferramentas da ciência política, nem interpretados com os instrumentos da filosofia.
De fato, é somente a psicologia ou, mais apropriadamente ainda, a psicanálise, a área do conhecimento que habilita a compreender a ira do professor Zaidan.
No último, por exemplo, ataca a impecável história do IMIP e o trabalho que presta ao povo pernambucano, juntamente com outras instituições do mesmo gênero, na administração de hospitais e UPAs.
Como se desconhecesse o ordenamento jurídico, diz que foi Eduardo Campos que nomeou Ana Arraes para Tribunal de Contas da União, quando, na verdade, foi ela eleita pelo Congresso Nacional e nomeada pela presidenta Dilma Roussef.
Clama pela ação do Ministério Público contra o governo e contra o governador, embora não aponte nenhuma falha administrativa, nenhuma irregularidade.
Limita-se a fazer ilações e insinuações vagas e a emitir juízos precários sobre temas diversos, sempre norteado por certezas do século XIX.
Muitos que militam na cena universitária pernambucana conhecem o professor Michel Zaidan.
Ele está há algumas décadas na UFPE, sendo jogado de um Centro para outro, descartado aqui, abrigado precariamente ali, nunca conseguindo estabelecer-se, fincar uma marca, receber o mínimo de reconhecimento que se julga merecedor.
Solitário, infeliz, erra pela cidade indiferente ao seu destino de scholar frustrado.
Com quarenta anos de carreira, segue como professor-adjunto, longe, portanto do topo na hierarquia acadêmica.
Mas, perguntará o leitor, por que Zaidan é tão pouco levado a sério na universidade?
Os próprios artigos contra Eduardo Campos contêm uma explicação clara para isso.
No convívio acadêmico e na produção intelectual, tudo o que o Zaidan faz peca pela mesma falta de critério, pelo mesmo olhar preso ao passado, antolhado, limitado, extéril.
Mas houve um momento em que, neste contexto de isolamento e de dor moral, alguém pareceu atentar para o professor Michel Zaidan.
Nos preparativos para sua primeira candidatura a governador, Eduardo Campos conversou com muita gente no estado.
E conversou com muita gente na academia.
Uma das pessoas que o futuro governador trocou idéias, aí pela altura do ano de 2005, foi Michel Zaidan, convidado a contribuir no debate dos temas que seriam colocados em discussão na campanha eleitoral e, depois da eleição, na consolidação dos temas que marcariam os primeiros meses do governo.
A equipe que Eduardo Campos escolheu para governar foi escolhida, em grande medida, entre as pessoas que participaram destes debates.
Muitos têm idade de ser filhos de Michel Zaidan.
Não são poucos também os que lhe são contemporâneos.
Alguns colegas de universidade acabaram ocupando cargos.
Ao professor Zaidan não foi atribuída nem uma assessoriazinha.
O esquecimento do governador aumentou o esquecimento do conjunto da sociedade.
Há anos ninguém ouvia falar de Zaidan.
A carência midiática se tornou insuportável.
Não é difícil imaginar sua enorme frustração.
Ainda mais porque governador, sem seu apoio e sem sua visão do mundo, o surpreende obtendo reconhecimento local e nacional.
Ele não consegue aceitar.
O êxito do governo de Pernambuco, que levanta a auto-estima dos pernambucanos e o recoloca na liderança do nordeste, torna-se, paradoxalmente, um fracasso pessoal do professor Zaidan, mais um entre tantos.
Que se pode fazer, além de compreender e perdoar?
Junior Matuto é vereador de Paulista e pré-candidato a prefeito pelo PSB Entenda a polêmica lendo o texto abaixo Quando a saúde se transforma num grande negócio