O peemedebista (sic) Raul Jungmann tenta pela segunda vez se eleger prefeito do Recife.
Deputado federal entre 2003 e 2010, ele comandou o Ministério de Desenvolvimento Agrário, de 1996 a 2001.
Em sua primeira campannha de prefeito, Jungmann inovou ao divulgar a movimentação financeira de sua candidatura na internet.
Agora, promote promover uma verdadeira faxiana na administração da capital pernambucana. “Vamos criar o cargo comissionado “ficha limpa” e fazer uma devassa nos contratos sem licitação”, disse ao jornalista Marcelo Osakabe.
O PPS criou a Mesa de Unidade, para unir a oposição à aliança ao PSB e PT que dominam o Governo de Pernambuco e a Prefeitura do Recife.
Apesar desse esforço, os partidos não conseguiram sequer chegar a um consenso sobre uma candidatura única.
O senhor acha que é possível vencer uma aliança tão poderosa com uma oposição tão fragmentada?
Veja bem, a Mesa nunca se propôs a produzir uma única candidatura.
Isso é coisa da imprensa local.
O que a Mesa propôs foi produzir uma unidade política, e isso nós conseguimos.
Na prática, devemos sair com dois palanques diferentes.
Esses palanques não vão brigar, e estarão juntos no segundo turno.
Agora, mesmo achando que caminha para dois palanques, PPS defenderá até o fim a candidatura única.
Acreditamos também ter condições de encabeçar a chapa.
Evidentemente, quem quer apoio também tem que dar apoio.
E se não houver união?
Se não houver consenso, o partido já decidiu que sairá com candidatura própria.
Até porque somente nós temos aliado declarado, o PMN.
Existem outros partidos próximos à sua candidatura?
Hoje estamos próximos à ala majoritária do PMDB, de Jarbas Vasconcelos, e ao DEM.
O PSDB já declarou que vai lançar candidato próprio.
O que fará com a gestão da prefeitura, principal alvo das críticas da oposição?
Queremos limpar a casa.
O atual prefeito fez 1.836 contratos com dispensa de licitação, 60% na área da cultura, e a cidade tem seis mil cargos de comissão.
Para se ter uma idéia, o governo federal tem 22 mil cargos desse tipo.
Vamos cortar metade desses postos, criar o cargo comissionado “ficha limpa” e fazer uma devassa nesses contratos.
Acabaremos também com o sigilo bancário e fiscal de todo o primeiro escalão do governo, que vai ter que divulgar periodicamente as suas contas.
Quais são suas outras prioridades?
Quero assumir uma parcela de responsabilidade na segurança da cidade, a 32ª mais violenta do mundo.
Vou criar uma Secretaria de Defesa Social, capacitar a Guarda Civil para cuidar dos crimes de baixo impacto, contratar policiais militares que estão em bicos para completar salário e, se o governador concordar, assumir o comando da PM, a exemplo do que acontece em Buenos Aires.
Na educação, a cidade ainda deve muito.
De tão ruim, a nossa meta é alcançar a Florianópolis de agora apenas em 2020.
Eu vou assumir pessoalmente a secretaria da educação, deixar lá apenas um secretário-executivo.
A aliança entre as três esferas não impõe um desafio muito grande?
Não.
O atual prefeito tem 75% de índice de rejeição.
O campeão das pesquisas, João Paulo, é antecessor e ex-mentor de João da Costa.
Mas os dois não se entendem mais.
Então, mesmo com o apoio do governo federal e estadual, o PT terá dificuldades na campanha.
Se sair com João da Costa, terá uma população amplamente desgostosa com a atual administração.
Se tentar com João Paulo, terá que explicar como este indicou um sucessor tão ruim que lhe foi negado a possibilidade de reeleição.