Foto: José Cruz / Agência Brasil Por Flávia Foreque e Márcio Falcão, na Folha.com O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta segunda-feira que os cortes no Orçamento de 2012 não atingirão os investimentos, preservando programas como o Minha Casa, Minha Vida, PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e obras da Copa de 2014.
Ele afirmou, no entanto, que as emendas parlamentares, que totalizam R$ 23 bilhões, não serão preservadas.
Isso deve dificultar as relações do Planalto com a base aliada no Congresso, ainda mais em ano eleitoral, quando os congressistas pressionam por mais recursos para seus redutos eleitorais.
Sem avançar em questões políticas, a presidente Dilma Rousseff priorizou hoje, na primeira reunião ministerial do ano, uma avaliação da economia e a discussão de medidas para manter o crescimento do país.
As ações envolvem investimento e aumento de crédito, além de redução de custeio da máquina pública.
O ajuste no orçamento deve ser anunciado em fevereiro pela equipe econômica.
O ministro disse que os números não estão fechados, mas que estão condicionados ao alcance da meta de superavit primário de 3,1% (R$ 140 bilhões).
Segundo o ministro, a oferta de crédito deve crescer em 2012 de 15% a 17%.
Em 2011, o crédito representou cerca de 49% do PIB (Produto Interno Bruto).
Ele citou como um desafio garantir medidas que favoreçam a venda da produção brasileira no mercado externo, impedindo, por exemplo, a valorização do câmbio.
CRESCIMENTO - O governo espera para este um ano um crescimento de 4% a 5%, a depender do cenário internacional.
Existe uma sinalização de que haverá novas reduções da taxa de juros.
A avaliação do governo é que o bom desempenho da economia garante à presidente uma popularidade positiva e menos dependência do Congresso.
Dilma deixou claro que espera de sua equipe melhores resultados na gestão dos recursos públicos.
A presidente espera que uma gestão mais técnica dos ministros permita rebater as críticas de paralisia no governo por causa de escândalos políticos no primeiro ano.
Dilma determinou ainda que os ministérios apresentem em até seis meses um modelo de monitoramento de seus programas, inclusive de contratos e convênios.
Em seu primeiro ano de gestão, a presidente enfrentou desgastes por conta de suspeitas de irregularidades em contratos, especialmente com organizações não governamentais.