Por Terezinha Nunes, especial para o Blog de Jamildo Citado pelo então presidente Lula como símbolo do ressurgimento da indústria naval brasileira, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) instalado no Porto de Suape (Pe) está à venda, segundo informação da Revista Veja, até agora não desmentida.

A revista revelou que o empreendimento, comandado por grandes empresas como Camargo Correia, Queiroz Galvão, PJMR Empreendimentos e pela sul-coreana Samsung, teria sido oferecido ao mega empresário brasileiro Eike Batista.

A notícia não causaria grandes repercussões se se tratasse de uma simples negociação entre grupos privados, comuns na esfera empresarial.

Pode até ser que seja dessa forma mas sua divulgação causou frisson porque surgiu pouco depois que informações, igualmente divulgados pela Veja, revelaram que o navio João Cândido, o primeiro dos 22 encomendados pela Petrobrás ao estaleiro, continua com problemas de construção e pode até ser necessário rebocá-lo para um outro estaleiro, inclusive do Exterior, para os devidos reparos.

Os rumores em torno do João Cândido ganharam conotação de verdadeiros por motivos mais do que pertinentes.

O navio foi lançado ao mar durante uma grande festa de inauguração em 07 de maio de 2010 pelo presidente Lula e pela, na época, candidata Dilma Roussef.

O que foi festejado como uma importante peça de campanha virou depois um verdadeiro fiasco quando se tomou conhecimento de que, após a festa, a embarcação voltou ao estaleiro para ser concluída.

Os empreendedores se apressaram a informar que o navio na verdade faria os testes necessários antes de começar a operar pelos mares brasileiros e estrangeiros.

Mais uma vez as coisas ficaram mal contadas.

Segundo especialistas entrevistados por publicações especializadas, na Coreia, país que é grande construtor de embarcações deste tipo, um navio fica só dois meses em testes.

O João Cândido está recolhido há exatos um ano e oito meses e já houve três adiamentos nos novos prazos de entrega.

O último ocorreu no final do ano.

Embora o diretor-administrativo do Estaleiro, Sérgio Loureiro, tenha explicado no final de dezembro que a embarcação será entregue agora em 2012, que os últimos atrasos decorreram de uma greve que paralisou os trabalhos em setembro e que nada tinha de errado com o João Cândido, a nova informação de que o estaleiro está à venda voltou a movimentar as especulações em torno do assunto.

Não é para menos.

Além dos problemas com o João Cândido, o EAS passou por outros momentos de turbulência de razões desconhecidas tanto que quase toda a sua diretoria teve que ser afastada no segundo semestre do ano passado.

E se o que se diz do João Cândido verdadeiramente se concretizar, será um dos maiores vexames da história da indústria naval brasileira, vindo a macular a imagem do Porto de Suape e até dos operários pernambucanos (já se divulgou que a embarcação foi vítima de operários mal treinados e recrutados na zona rural de Ipojuca ).

Na verdade, cairá na conta do ridículo se um navio brasileiro, antes de ser entregue, tiver que ser transportado a outro estaleiro, mesmo que nacional, para ser consertado.

Pernambuco poderia estar longe disso tudo se tivesse resistido à pressão do Governo Federal para inaugurar o João Cândido antes da hora, em plena pré-campanha eleitoral.

A não ser que o governador tenha sido enganado.

Agora, depois de idas e vindas, ninguém mais acredita que o navio estivesse realmente pronto na época, só precisando de testes para ser entregue.

Foi tudo, na verdade, pura encenação.

De caso pensado, se colocou a embarcação no mar para inglês ver.

Se houver o vexame do reboque, Lula já não é presidente e estará pouco se lixando para o acontecido.

A conta ficará nas mãos da presidente Dilma, da Petrobrás e do próprio Estaleiro. É pagar pra ver.

CURTAS Esperança Pode ser uma simples torcida de quem não quer perder mas pessoas que têm conversado nestes dias com o deputado federal João Paulo dão conta de que ele ainda não perdeu as esperanças de vir a ser o candidato do PT a prefeito ou, no máximo, de conseguir tirar João da Costa do páreo.

Para isso se recompôs com Humberto e tem conversado mais do que o normal com o senador Armando Monteiro Neto.

Violência Estava previsto que a qualquer momento os números dos homicídios divulgados pela Secretaria de Defesa Social teriam que ser corrigidos.

Desde a entrada em operação do Pacto pela Vida que se passou a contar como homicídios só os casos em que havia comprovação cabal de que ocorrera assassinato.

Os demais casos entravam na conta de “morte violenta”, coisa que depois não era consertada.

Só agora quando precisou apresentar uma redução dos homicídios, mesmo que pequena, a SDS assumiu seu erro.

Vida Cruel Festejada como uma grande presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, Luciana Félix, viu, de uma hora para a outra, seu prestígio minguar, coincidentemente depois que se separou do senador Humberto Costa.

Os áulicos desapareceram do seu entorno e a cada semana crescem os rumores de que está para ser substituída.

Antes ninguém falava neste assunto.

O poder é, algumas vezes, cruel.