A pré-candidata à Prefeitura de Olinda pelo PSDB, Terezinha Nunes, percorreu durante esta sexta-feira (20) vários bairros do município dentro da ação “48 horas nas ruas”, em que fiscalizou, por conta própria, locais em que a gestão municipal simplesmente desapareceu ou age de forma precária.
São ruas com crateras, canais sem limpeza, praças com obras inacabadas, escolas abandonadas, prédios-caixão entregues à própria sorte, entre outros problemas que demonstram “um total descaso do poder público com a população, que está desamparada e não sabe mais o que fazer”, como definiu Terezinha.
Amanhã durante todo o dia a ação continuará e ao final será elaborado um documento-relatório solicitando providências à gestão municipal com relação aos problemas encontrados.
A Av.
Perimetral, em Ouro Preto, foi a primeira parada de Terezinha.
Lá, junto à PE-15, há uma cratera que está completando oito anos.
Há um ano a situação se agravou e além de por em risco casas da localidade, o buraco vem provocando acidentes.
Isto porque a existência dele estreitou a via e os moradores não podem circular com segurança.
Vítima mais recente, o aposentado Ronildo Sebastião da Silva encontra-se em cima da cama.
Foi atropelado por uma moto há dos meses, quebrou o fêmur, entre outras complicações.
Ele lamenta. “Vendia macaxeira e hoje não posso mais fazer isso”, diz. “Fico dependendo das pessoas para tudo e até agora nada foi feito”, completa.
De lá a ação seguiu para a Av.
Pedro Alvares Cabral, em Jardim Fragoso, onde encontrou dois problemas.
A ausência de limpeza no canal do Fragoso, totalmente assoreado e a falta de continuidade da avenida.
Comerciante da área, proprietário de um armazém de construção, José da Silva atesta: “Qualquer chuvinha isso tudo aqui fica alagado.
Há 11 anos que nada acontece nesta área”, conta.
A questão da continuação da Av.
Pedro Alvares até a PE-15 também é lembrada. “Era para ela prosseguir, mas não.
Começou na gestão Jacilda Urquiza e não teve continuidade”, lembra.
Na Feira de Rio Doce, uma sequência de problemas denunciados pelos feirantes do local.
Além da sujeira, falta estrutura nas barracas e na área destinada aos comerciantes.
Não há banheiros, por exemplo. “Ou a gente paga pra usar banheiro aqui ou não usa”, conta a feirante Rosália Melo. “Nós ainda temos que pagar R$ 50 reais por semana para manter uma tenda aqui”, revela.
Outro fator complicador são os alagamentos. “No inverno ninguém chega e ninguém sai.
Todo o entorno da feira fica alagado e dessa forma os clientes somem, ou seja, nós temos somente prejuízo”, afirma Manoel Cabral, outro feirante.
Ainda em Rio Doce, entre a quarta e a quinta etapa, são os buracos que atrapalham a vida de todo mundo.
Na Av. 67 os ônibus deixaram de passar.
Mas o problema também é grave nas ruas paralelas, como fala a aposentada Graça Veras, moradora da Rua 82. “Ela foi eleita como prioridade no OP da prefeitura há um ano e até agora nada.
Só colocam barro e com a chuva tudo vira um lamaçal”.
No bairro, por sinal, uma praça (batizada de Chico Science) está em reforma há três anos e sem perspectiva de entrega.
Mas entre os problemas mais graves a situação dos prédios-caixão é muito preocupante.
São verdadeiros conjuntos abandonados e que servem de abrigo para todo tipo de coisa, apesar de alguns seguranças ficarem à disposição.
Famílias moram de forma ilegal nos apartamentos com risco de desabar e, no entorno, que são as vias públicas, é notável o abandono.
O mato cresce sem limite e carros velhos são vistos aos montes. “São, praticamente, cidades fantasmas”, diz Terezinha Nunes.
Em outra comunidade, a Ilha de Santana, além da total falta de saneamento básico, uma construção simbólica sofre com a falta de cuidado: o prédio da Escola Gregório Bezerra.
Construída na gestão José Arnaldo (1983-88), hoje o local encontra-se abandonado.
Os problemas começaram há oito anos e, há três, o prédio foi interditado.
Os alunos (740) foram transferidos para outros dois prédios, igualmente precários e a Prefeitura ao invés de consertar, largou o local.
Nas dependências o que se vê é muito lixo, entulho, pichações, muito mato, entre outras coisas.
Mãe de três alunos, Claudinete Coutinho, moradora da Ilha de Santana, sente. “Muitas mães não podem levar os filhos até o outro local.
Como a maioria dos estudantes eram daqui, tudo ficava mais perto de casa e agora, como vocês podem ver, a situação é essa”, conta. “Um prédio desse, com tanto espaço e que apresenta uma estrutura sólida, não pode ficar assim.
Providências têm que ser tomadas”, atesta Terezinha.