“Estou acostumado com luta política, com crítica, divergência ideológica, ataques à gestão, antipatia pessoal, insatisfação com estilo… tudo isso eu sempre compreendi.
Mas, mentir!?
Inventar uma história para atacar a honra de uma pessoa e de um partido!?
Imaginava que luta política tivesse limites, afinal, até na guerra há limites.
Estava enganado.
A partir de uma farsa, foi organizada uma verdadeira campanha para me derrubar”.
Nesta entrevista à Princípios, Orlando Silva reafirma o conteúdo do texto enviado ao jornalista e acrescenta informações explicando porque decidiu sair do Ministério e quais seus planos para o futuro.
Reafirmando com convicção sua inocência e celebrando o fato de que o episódio reforçou a unidade dos comunistas, Orlando avalia: “Sofri uma derrota pessoal, mas conquistei uma vitória coletiva.
O indivíduo não deve se sobrepor ao coletivo.
Ao final, me sinto um vitorioso.
A batalha foi dura, tivemos baixas, teremos que recuperar espaço, reconstruir muita coisa, mas venceremos.
O fato é que saí do governo de cabeça erguida.
Pela porta da frente, apesar da campanha suja que moveram contra mim.
Em minha última manifestação, no Palácio do Planalto, disse, olhando nos olhos da presidenta da República: sou inocente!”.
Leia trechos da entrevista que o ex-ministro deu à Revista Princípios: Princípios: Com a saída do ministro Lupi, são sete ministros afastados por pressão da grande mídia.
No episódio dos ataques à sua gestão no Ministério do Esporte, você dise que se tratava de um movimento maior para desestabilizar o governo da presidenta Dilma.
Continua convicto quanto a isso?
Orlando Silva: O Presidente Lula abriu um novo ciclo na vida política brasileira, introduziu novos atores na cena nacional, os partidos de esquerda e o movimento popular e dos trabalhadores.
O Brasil mudou de patamar no cenário internacional, mudou de referências.
Nosso país retomou o crescimento.
Dessa vez, reduzindo desigualdades sociais e regionais.
Uma série de direitos outrora negados ao nosso povo começaram a ser ofertados.
Há mais democracia.
A presidenta Dilma é fruto desse processo de renovação.
Com sua eleição, o Brasil pode, inclusive, aprofundar e acelerar as mudanças necessárias ao desenvolvimento do país.
Esse projeto, que o meu partido, o PCdoB, apoia, fere interesses de parte das elites e é contra isso que eles se levantam, usando os instrumentos que possuem.
Imagino que a presidenta já tenha percebido o jogo.
Princípios: Como você mesmo afirmou logo que os ataques começaram, nenhuma prova surgiu até agora.
O regaste da verdade e a luta para provar sua inocência é agora sua prioridade?
Orlando Silva: Insisto.
Não houve , não há e não haverá provas contra mim acerca das difamações que sofri por um fator muito simples, são mentiras as acusações que sofri.
Os fatos narrados não existiram.
E quem eram os porta-vozes das mentiras?
Dois personagens da crônica policial de Brasília.
Gente que está sendo processada por iniciativas do Ministério que eu dirigia, e de quem exigimos a devolução de dinheiro público desviado.
Ofereci a abertura de minha vida: sigilos fiscal, bancário, telefônico e de correspondência.
Desmontei a farsa contra mim na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Propus a apuração dos fatos publicados pela Comissão de Ética Pública, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.
Foi minha a iniciativa e tentaram inverter a ordem, como se eu tentasse encobrir algo.
Infelizmente na política se inverte o ônus da prova, eu sofro calúnia e tenho que provar que sou vítima de uma mentira.
Buscar a verdade é minha prioridade, para defender minha honra e a honra de meu Partido, que tem 90 anos e uma história belíssima, limpa.
Princípios: O PCdoB decidiu entrar com ações contra a Veja e a Época por causa das calúnias que divulgaram contra o Partido.
Você também pensa em processar os veículos pelas falsas denúncias que lançaram contra você?
Orlando Silva: Apoio a decisão do meu partido de entrar com as ações judiciais e creio que já são suficientes.
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