Após quatro dias de julgamento, os cinco acusados pela morte da médica e deputada federal de Alagoas Ceci Cunha, de seu marido e de dois parentes, foram considerados culpados por homicídios qualificados, sem chance de defesa e por motivo torpe.
O julgamento, que começou na segunda-feira (16/1) e terminou na madrugada desta quinta-feira (19/1), soluciona um caso que tramita na Justiça há 13 anos e foi incluído no Programa Justiça Plena da Corregedoria Nacional de Justiça, órgão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2010.
O programa objetiva monitorar e agilizar a tramitação de ações de grande repercussão social que estejam, por qualquer motivo, enfrentando obstáculos na Justiça.
Após a leitura da sentença, nesta quinta-feira (19/1), o juiz federal André Luís Maia Tobias Granja, titular da 1ª Vara da Justiça Federal em Alagoas (JFAL) fez um agradecimento especial à ministra Eliana Calmon, corregedora nacional de Justiça, na pessoa dos juízes auxiliares da Corregedoria Erivaldo Ribeiro e Nicolau Lupianhes, este último presente no julgamento.
O ex-deputado Talvane Albuquerque, acusado de ser o mandante do crime conhecido como chacina da Gruta, foi condenado a 103 anos e 4 meses de prisão e deverá pagar R$ 100 mil de indenização aos filhos de Ceci.
Os quatro assessores de Talvane Albuquerque também foram condenados: Jadielson Barbosa da Silva (105 anos de reclusão), pelas circunstâncias do crime; Alécio César Alves Vasco (87 anos e 3 meses de prisão); José Alexandre dos Santos (105 anos); Mendonça Medeiros Silva (75 anos e 7 meses).
O juiz titular da 1ª Vara da Justiça Federal em Alagoas iniciou a leitura da sentença às 4 horas da madrugada desta quinta-feira (19/1), após 23 horas ininterruptas de sessão do Tribunal do Júri.
Todos cumprirão pena em regime fechado.
Histórico – A deputada foi assassinada em dezembro de 1998 poucas horas depois de diplomada no cargo.
Ela visitava a irmã, Claudinete dos Santos Maranhão, que havia acabado de ganhar um bebê.
Três pistoleiros invadiram a casa e dispararam os tiros que mataram Ceci e seu marido, Juvenal Cunha; o cunhado, Iran Carlos Maranhão; e a mãe do cunhado, Ítala Maranhão.
Apenas a irmã de Ceci e o bebê sobreviveram à chacina.
De acordo com a sentença, Talvane - primeiro suplente - teria assassinado Ceci para assumir o mandato federal.
Havia um plano para eliminar um dos deputados: Augusto Farias, Albérico Cordeiro ou Ceci Cunha, que era a terceira na lista de ordem de preferência.