As declarações do ministro repercutiram entre os parlamentares.

A base aliada ao governo manifestou apoio a Bezerra, enquanto a oposição não ficou satisfeita e garante que a crise continua.

O líder do PSDB no Senado, senador Álvaro Dias (PR), disse que o ministro não fez qualquer esclarecimento. “O ministro escolheu o que responder.

Manipulou números e informações e não falou a verdade em relação a questões políticas.

Deixou de responder, por exemplo, qual é a participação da presidente da República na orientação para o repasse desses recursos”, ressaltou.

A oposição, aliás, centrou seu ataque na suposta imagem de boa gestora da presidente Dilma Rousseff.

Diversos deputados e senadores questionaram o ministro se ela acompanhou a execução dos recursos orçamentários e criticaram o resultado da política de prevenção a desastres naturais anunciada pelo governo há um ano, quando deslizamentos de terra deixaram quase mil mortos no estado do Rio de Janeiro.

Para o líder do PSDB, Duarte Nogueira, o investimento do governo contra tragédias foi pífio.

O líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), por exemplo, disse que o governo Dilma não priorizou os trabalhos de prevenção de desastres naturais e investiu menos da metade do que foi autorizado.

Segundo ele, o investimento em prevenção foi “pífio”. “A conclusão a que chegamos é que o governo não tem a menor vocação para enfrentar tragédias”, afirmou.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), disse que as declarações do ministro ajudam a reforçar as evidências de que houve prioridade do governo em 2011 nas ações de prevenção de desastres naturais. “Morreram menos pessoas [EM 2012], ainda que seja lamentável ter havido mortes.

Mas as mortes foram em número muito menor do que no ano passado.

Isso demonstra prioridade, recursos, gestão, tecnologia, enfim, esforço político.” O líder do governo em exercício, deputado Luciano Castro (PR-RR), também avaliou positivamente as explicações do ministro Fernando Bezerra. “Ele demonstrou claramente que o governo da presidente Dilma tem agido de forma indistinta em todos os estados brasileiros, onde eventualmente ocorram acidentes climáticos dessa natureza e que têm ocorrido de forma sistemática nos últimos anos”, afirmou.

Agilidade Durante a audiência, Fernando Bezerra afirmou que o governo estuda uma forma de agilizar a liberação dos recursos destinados à prevenção de desastres naturais.

Segundo ele, a ideia é dar a essas liberações a mesma “agilidade” oferecida aos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Temos a orientação permanente para que todos os recursos para preservação, de todos os ministérios, tenham a mesma tramitação que o PAC”, afirmou o ministro.