Foto: Michele Souza/JC Imagem Por Bruna Serra, no Jornal do Commercio Frente à repercussão negativa do reajuste salarial de 62% que aprovaram para os vereadores eleitos e reeleitos este ano, os vereadores do Recife chegaram a ensaiar um recuo.

Contudo, a revisão do percentual não deverá mesmo ser levada a cabo.

Em período de recesso, o presidente da Casa de José Mariano, vereador Jurandir Liberal (PT), afirmou ontem que essa possibilidade não está sendo considerada ou discutida pelo legislativo municipal.

O novo salário da vereança recifense entrará em vigor na próxima legislatura, a partir de janeiro de 2013. “Não estamos tratando deste assunto.

Nem estou querendo falar desse assunto, porque tudo que se diz é deturpado. É preciso entender que o aumento corresponde a quatro anos, esse percentual não é aplicado todo ano”, defendeu o presidente da Câmara.

A postura adotada pelos vereadores, entretanto, vai contra o clamor popular.

Desde que o JC divulgou, no último dia 28, a votação do aumento no apagar das luzes da legislatura de 2011, setores da sociedade têm manifestado indignação. “Não tenho essa informação de desgaste.

Não tenho essa avaliação”, reforçou Liberal.

O petista afirmou ainda que esteve na Câmara de Vereadores ontem, mesmo em recesso, e que não foi procurado por colegas com a intenção de rever o reajuste. “Ninguém me procurou.

Essa intenção não existe nem nos bastidores”, garantiu.

Ex-presidente da Câmara, o também petista Josenildo Sinésio ponderou que os vereadores precisam estar em sintonia com o sentimento da sociedade, mas ressaltou que o debate deve ser conduzido com serenidade. “Acho que está existindo muita afobação em cima deste tema.

Nós temos tempo para debater, entender o que a sociedade acredita que seja o valor adequado.

Porque se não sou capaz de ouvir a sociedade, tenho que entregar o meu mandato”, bradou.

Sinésio admite, contudo, que não há uma movimentação real neste recesso para rever a questão do aumento.

Ele defende que com a retomada das sessões, em fevereiro, o assunto seja levado ao plenário. “O debate é a forma de encontrarmos o melhor caminho”, receitou.

Priscilla Krause (DEM) foi a única a levantar a bandeira de que o reajuste deveria ser novamente avaliado.

Desde então, está sendo criticada por colegas, que alegam razões eleitoreiras na proposta da vereadora.