Por Terezinha Nunes Há pouco mais de um mês, Pernambuco freqüentou as páginas dos jornais e redes de TV nacionais através de uma estatística preocupante para o estado: a de que mais de 50% da carne consumida em nosso território é clandestina.
Agora se sabe que não são apenas os matadouros os vilões desta história não estando, portanto, a omissão pelo descaso restrita aos prefeitos, como se imaginava.
Desde o mês de setembro, por exemplo, o Conselho Estadual de Sanidade Animal (CONESA), subordinado à Secretaria de Agricultura, e ao qual cabe controlar a qualidade do nosso rebanho de 2 milhões e 400 mil animais, só considerando os bovinos e bubalinos, está acéfalo, após o término do mandato do ex-presidente Luís Malta.
Sem dirigente, o colegiado não se reúne.
Por conta de problemas como esse é que Pernambuco que , desde 2006, através de diversas providências tomadas, atingiu o “risco médio” para aftosa, fato pioneiro no Nordeste na época, continua onde estava.
Não evoluiu para o nível superior de estado “livre da aftosa”, como era esperado, por razões simples: as 13 barreiras fixas de controle da doença estão, em sua maioria, funcionando mal, inclusive sem telefone, fax e computador, como é exigido pelo Ministério da Agricultura e até agora não foi criada a Fundação necessária para gerir os casos da doença que por ventura aparecerem e nem o Fundo Privado contra a Febre Aftosa foi instituído.
Desta forma, mesmo estando, segundo a Secretaria de Agricultura, com índice de 95% de vacinação do seu rebanho, o estado está impedido de exportar sua carne pelas razões expostas acima.
Não é muito diferente a situação da produção de leite que chega a 2 milhões e 300 mil litros de leite por dia.
Na iminência de por em funcionamento mais dois importantes laticínios no agreste, a Cemil, de Minas Gerais, e a Nestlé, o que obrigará o estado a, inclusive, aumentar a importação de leite de Alagoas para atender à nova demanda, Pernambuco não conseguiu tirar do papel a mais importante providência para assegurar a qualidade do leite e derivados aqui produzidos.
Embora desde o dia 02 de setembro de 2008 o governador tenha assinado o decreto n.o 32.284 que dispõe sobre a criação e funcionamento da Câmara Setorial do Leite, até hoje o colegiado não foi constituído, o que está preocupando produtores e fornecedores sobretudo depois que as denúncias comprovadas sobre a carne clandestina no estado prejudicaram a imagem da agropecuária pernambucana.
O decreto que autoriza a criação da Câmara, citada na época como um grande avanço e celebrado na propaganda governamental, estabelece que cabe a ela analisar e decidir sobre um leque amplo de possibilidades que abrangem, desde aspectos econômicos do setor como perfil dos produtores, custo e criação de mercado específico, até questões sanitárias como a qualidade do leite in natura e do queijo de coalho comercializado fartamente no estado, quando se sabe que grande parte não passa por análises sanitárias adequadas.
CURTAS Culpa de Dilma Ao dizer, logo no primeiro momento, que a presidente Dilma sabia que o Ministério da Integração estava enviando para Pernambuco um grande percentual das verbas de combate às enchentes, o governador Eduardo Campos livrou-se, astutamente, da culpa pelas decisões do ministro Fernando Bezerra e jogou a batata quente no colo da presidente.
Vale a pena aguardar os desdobramentos desta história.
Humberto no páreo Pessoas do convívio do senador Humberto Costa afirmam que ele já admite intra muros a possibilidade de vir a ser candidato a prefeito do Recife, pondo fim à divisão do partido entre João Paulo e João da Costa mas tem posto como condição o apoio de João da Costa ao seu projeto.
Diz ter consciência de que sem o engajamento do prefeito à sua campanha pode acabar não tendo êxito.
Além disso, é amigo do mesmo e não o destronaria sem mais nem menos.
No páreo Embora já dê sinais de que vai desistir da pré-candidatura do ministro Fernando Bezerra a prefeito do Recife, o PSB está entusiasmadíssimo com a pré-candidatura a prefeito de Garanhuns do ex-prefeito de Lajedo, Antonio João Dourado.
O partido aposta que, prometendo obras, a população de Garanhuns vai deixar para trás sua tradicional rebeldia a decisões tomadas de fora para dentro do município.