Por Fernando Castilho, no JC desta sexta Por mais constrangedor que possa parecer para o governo do Estado, a verdade é que a Secretaria de Trabalho apostou numa demanda por capacitação que não existe.

Pelo menos não na intensidade que as equipes técnicas imaginaram.

A de que jovens e trabalhadores estão dispostos a abrir mão do período de férias escolares para estudar e se preparar melhor para a disputa de uma vaga num curso técnico de qualidade.

Não estão.

Pelo menos não no número que o governo do Estado avaliou.

Capacitação exige motivação, determinação e a perspectiva real de melhoria de renda imediata.

Os cursos oferecidos não garantem isso.

Existe ainda o complicador da desinformação sobre o que será ensinado e os resultados práticos desse aprendizado.

Esperar que uma família dos municípios próximos a Goiana abra mão de lazer de janeiro é apostar numa realidade social que não existe ainda.

E isso não se refere apenas aos cursos de reforço para o projeto Fiat.

Cursos técnicos do Senai que podem capacitar trabalhadores para um mercado que está na porta, também mostram que em janeiro não funcionam.

Ter o recurso, o curso formatado, o professor, as instalações e não ver o aluno chegar é frustrante.

Mas revela que o caminho do estado como formador de mão de obra qualificada não será simples.

Porque talvez a demanda por parte do interessado sequer tinha sido percebida.

Esperemos então fevereiro chegar.