Por Sérgio Goiana A mobilidade urbana tornou-se um tema emergente no mundo de hoje.

Diariamente estamos vivenciando no Recife muitas dificuldades e problemas de congestionamentos no trânsito.

As reclamações são inúmeras.

O país está crescendo, distribuindo renda, longe do que nós esperamos.

Hoje, está mais fácil adquirir um carro, comprar um imóvel, entre outros bens.

Na avaliação da CUT, o maior prejuízo é a carência do transporte público de qualidade, ponto fundamental da mobilidade. É preciso investir em uma rede integrada de transporte público, para que o aumento na demanda seja atendido no futuro.

Não basta ter somente o transporte (ônibus refrigerados, com passageiros sentados, perdendo pouco tempo nas paradas de ônibus), o táxi também é outra alternativa.

Mas isso não se resolve do dia para a noite.

Não adianta apenas construir viadutos, pontes e elevados, o que resolve, de fato, é o investimento em metrô, veículos leves sobre trilhos (VLT).

Existe até uma proposta da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), defendida pela CUT, no que diz respeito ao VLT que é viável para o nosso estado.

Nós defendemos esse modelo de transporte por ser economicamente viável, além de transportar as pessoas com segurança e conforto e ainda ligar vários pontos da Região Metropolitana do Recife.

O Brasil está às vésperas de uma Copa do Mundo e precisamos está preparados não só para a Copa, mas para a pós-Copa.

Ter mobilidade urbana é pegar ônibus com a garantia de que se chegará ao local e no horário desejados, salvo em caso de acidentes, por exemplo. É você ter o direito de deixar o carro na garagem e ir ao trabalho a pé, de bicicleta ou com o transporte coletivo. É dispor de ciclovia e também de calçadas que garantam acessibilidade aos deficientes físicos e visuais.

Na atualidade, trabalhadores e estudantes sofrem.

Têm que sair duas, três horas antes para chegarem ao local de trabalho e à Universidade.

Perde-se muito tempo dentro de um carro ou de um ônibus.

Não podemos aceitar que a população seja impedida de ter um carro.

Precisamos dar a segurança de que, durante a semana, de segunda à sexta, ela tenha condição de se deslocar por meio do transporte público.

Transporte esse que não seja caro; respeite os estudantes, os desempregados, que tenham assentos reservados para os idosos e deficientes físicos, e que ninguém seja “espremido” nos coletivos.

São essas questões que precisam ser discutidas.

Seremos um país com mais idosos.

Em 2050, a maior parte da polução brasileira terá acima de 60 anos.

Por isso, precisamos preparar o Brasil para essa nova realidade. É uma solução de longo prazo.

O maior investimento que os Governos Federal e Estadual podem fazer é investir no VLT, isto é, pensar, de fato, numa solução para que possa melhorar a qualidade do transporte coletivo.

Pernambuco está crescendo.

Fato inegável.

Mais escolas, empresas, trabalhadores saindo de suas casas praticamente de domingo a domingo.

Isso porque temos economia e turismo bastante aquecidos. É necessário melhorar a qualidade das nossas estradas.

Pagamos inúmeros impostos e as estradas federais e estaduais estão cheia de buracos, sem sinalização, colocando em risco a vida dos motoristas e pedestres.

No Recife, por exemplo, é buraco a toda hora sendo aberto.

Um desrespeito à população.

Fechar um buraco é uma novela.

Tudo isso faz parte da mobilidade urbana discutida na sociedade civil organizada.

O meio ambiente é outra questão que devemos nos preocupar. É o nosso futuro.

A CUT acredita que o tema “mobilidade” é de bastante relevância e precisa ter uma discussão maior por parte de entidades, organizações não governamentais, movimento sociais, sindicatos e toda a sociedade.

Em outras palavras, ter mobilidade é conseguir se locomover com facilidade de casa para o trabalho, do local de trabalho para o shopping, teatro, estádio de futebol, praia, praça pública ou para qualquer outro lugar que você tenha vontade ou necessidade de estar.

PS: Sérgio Goiana é presidente da CUT-PE