MUTILAÇÕES DOS VIADUTOS DA COPA O Recife prepara-se para o grande acontecimento do mundial de futebol de 2014.

Está em franco andamento a construção da cidade da copa em São Lourenço da Mata.

O “pessoal” da FIFA está atento.

Fiscaliza o andamento das obras, a hotelaria e a acessibilidade à cidadela esportiva.

Recomenda, exige, impõe condições para que o Estado venha a sediar um dos jogos.

Vale o esforço, pois o retorno será muito bom.

Engrandece Pernambuco, traz divisas e o nosso potencial turístico ficará mais conhecido: clima, praias, histórias, arte, artesanato, folclores, a cordialidade pernambucana etc…

Excelente oportunidade para o grande Recife.

Entretanto, a pressa, que é sempre inimiga da perfeição, está matando a estética, o paisagismo e o meio ambiente de algumas artérias, cartões postais da Cidade do Recife, com autênticos mostrengos, “safenas” expostas por todos os cantos adrede pensadas para os transportes pesados, poluentes, barulhentos, danificadores do piso de suas plataformas, quando em todo o mundo se priorizam os transportes leves.

Não haverá interesses escusos, é a pressa e a pressão da FIFA que, é claro, está interessada nos seus altos lucros.

Safenas expostas ou subterrâneas, expropriações de comodidades públicas, lucros cessantes de comércios e o povo prejudicado, pouco interessa aos senhores do futebol internacional.

Nós é que temos de “queimar os neurônios” para descobrir as melhores soluções, as mais inteligentes, as mais adequadas à nossa realidade e menos agressivas.

O problema da mobilidade, que já era um martírio no Recife, tornar-se vital para a copa, mas não pode ser resolvido de qualquer jeito.

O Diário deu a conhecer algumas das obras projetadas.

Foi uma decepção ver os traçados da Agamenon Magalhães: viadutos aéreos, desaparecimento de praças, de estabelecimentos de primeira necessidade, alças descendo, alças subindo, destruição e degradação de edificações nobres existentes: igrejas, clubes, colégios, hospitais, etc.

O coração do Recife, que tinha tudo para ser um belíssimo cartão postal, mas por causa da copa e da insensatez de quem manda, pode transformar-se na Avenida das sangrentas safenas externas, degradada, ninho de marginalidade, cracolândias, cujos exemplos são bem visíveis nos viadutos da Av.

Norte e João de Barros.

Depois, o congestionamento da Agamenon, não é causado por ela nem pelos seus cortes.

Repare-se bem, todos os problemas estão nas imediações: na mobilidade da Rosa e Silva, no Espinheiro, na Estrada do Arraial, no Derby, no Paissandu/Abdias, na Boa Vista, na Fernandes Vieira, etc…

Resolvam-se os “capilares” e a Agamenon fluirá tranquila.

Mas, mesmo que sobrevenham congestionamentos por causa das travessias, não façam viadutos aéreos que matam toda a paisagem, desfiguram Cidade.

Viadutos, se indispensáveis, devem ser subterrâneos.

E não se argumente com a cidade alagada.

Há muitos viadutos (túneis) por baixo de rios e de mares.

Em certos pontos da Avenida, já existem depressões/elevações que podem ser uma vantagem.

Outra solução até menos onerosa e mais rápida, seria construir pontes longitudinais no canal sob a copa das árvores, entre as pontes existentes, para retorno através de agulhas para inversão do sentido e saída natural para os bairros norte/sul.

Passarelas para pedestres são mais simpáticas, e a Veneza italiana pode inspirar a “Veneza” pernambucana.

Walmart, Clube Português e Igreja da Capunga rebelam-se contra viadutos na Agamenon Magalhães e apresentam projeto alternativo