Eduardo Machado, no JC desta terça Apesar de todas as ações emergenciais lançadas pelo governo do Estado no mês passado, a meta de redução de homicídios em Pernambuco não foi atingida.

De acordo com dados preliminares, no comparativo com 2010, 2011 fechou com dois crimes violentos letais intencionais (CVLI), a menos (3.496 contra 3.494).

Uma diferença que tende a ser modificada para mais, com a consolidação dos dados, prevista para o próximo dia 15.

Será a primeira vez, nos últimos cinco anos, que o marcador da violência mostrará crescimento.

Depois de dois anos muito positivos – 2009 com redução de 12% na taxa de homicídios e 2010, com queda de 14% no mesmo índice, o resultado de 2011 interrompeu uma sequência sem precedentes na Segurança Pública de Pernambuco.

Com resultados adversos já nos meses de março e abril do ano passado, a Secretaria de Defesa Social (SDS) passou, ainda no primeiro semestre, a oferecer bônus aos policiais que criassem práticas inovadoras voltadas para a redução de homicídios.

Em setembro, a campanha de “Procurados” para prender os 500 homicidas mais perigosos do Estado foi lançada.

A SDS distribuiu um livro com a ficha criminal de cada um dos bandidos e colocou as fotos dos suspeitos na internet e em outbus.

A iniciativa não rendeu os frutos esperados e novembro registrou alta no número de assassinatos.

O que fez o governo do Estado lançar mão de uma estratégia ainda mais ousada em dezembro: suspender as férias dos policiais e proibir a saída dos presos do semiaberto para as festas de fim de ano.

O resultado das duas medidas foi o melhor dezembro desde que a Secretaria de Defesa Social passou a contabilizar os homicídios, em 2003.

Com 266 assassinatos, pela primeira vez o mês de dezembro teve menos CVLI do que o mês de novembro.

Em 2011, a Secretaria de Defesa Social recebeu R$ 57 milhões em investimentos, quase o triplo do que era aplicado na pasta em 2006.

O Pacto pela Vida, lançado em 2007 para conter a violência em Pernambuco, tem como principal balizador uma meta de redução de homicídios da ordem de 12% ao ano.

O índice leva em conta a taxa de assassinatos que é quantidade de crimes para cada grupo de 100 mil habitantes.

Em 2006, a taxa de homicídios de Pernambuco era de 56 por 100 mil habitantes.

A do ano passado, deve ter ficado em torno de 38 por 100 mil habitantes.

Para a Organização das Nações Unidas, as taxas de homicídios aceitáveis precisam ser menores do que dez por 100 mil habitantes.

A Secretaria de Defesa Social não quis comentar as informações.

Hoje o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, dará uma coletiva para anunciar o balanço da segurança pública.