Foto: Igo Bione Em conversa com jornalistas do Sistema Jornal do Commercio, questionado quanto ao papel e à visível fragilidade da oposição no Estado, o governador Eduardo Campos disse reconhecer a importância daqueles que se opõem ao seu governo, porém não deixou de alfinetar o mau desempenho eleitoral dos partidos contrários à Frente Popular. “Veja bem, eu acho que a oposição é a oposição que foi escolhida pela sociedade, pelo voto popular.
Há um ano atrás, o povo de Pernambuco definiu que a oposição deveria ser do tamanho que é hoje.
Uma oposição que tem quadros qualificados, respeitáveis, de vidas púbicas que nós conhecemos e respeitamos, e que tem feito seu papel”, contemporizou.
Contudo, o próprio governador reconheceu a dificuldade que é se opor a uma gestão com 90% de aprovação. “A própria oposição, que pensa em ser governo, tem que pensar como fazer oposição.
Porque se ela fizer uma oposição negando a realidade, ela vai falar para 9% ou 6%, que é aquele torcedor inveterado, que tem lado político e que não vota de jeito nenhum porque tem uma posição contrária.
Se ele fizer desse jeito, ele vai ficar a vida inteira na oposição”, contou.
Jogando ainda mais peso nas costas de seus opositores, Eduardo Campos lembrou que a atual oposição em Pernambuco já foi governo, portanto não poderia questionar ou criticar irresponsavelmente seu mandato, pois supõe-se que saibam das dificuldades da gestão pública. “A própria oposição, que tem qualidade, governou.
Sabe dos desafios de governar.
A oposição governa municípios, governa outros estados.
Isso está sendo bom para a democracia brasileira, porque os partidos que saem do governo e vão para a oposição não podem fazer um discurso descomprometido de um lastro do que foi feito.” Eduardo, então, lembrou que era oposição em 2006, antes de assumir o governo, e que não por isso ignorou os avanços que “por ventura ocorressem” em gestões anteriores a sua.
E lembrou ainda que a população não é de todo sem memória como se costuma dizer. “A população sabe julgar quem está falando as coisas com propriedade e quem não está.
A oposição tem, na verdade, feito o seu papel, e como eu acredito que a oposição queria ser governo, e luta para ser governo um dia, ela lê os números, vê o governo, vê o que ela fez e se posiciona para não entrar em contradição.”