Por Marcos Coimbra*, no Blog do Noblat O ano que termina foi muito ruim para as oposições.

O que não é bom para a democracia.

Os partidos de oposição cometeram um erro fundamental em 2010, do qual não se recuperaram.

Na verdade, dois.

Não foi, apenas, o equívoco da candidatura Serra, em si, mas o modo como o ex-governador de São Paulo a posicionou e conduziu.

Tudo começou com uma leitura errada das pesquisas de intenção de voto.

Mal lidas, deram a Serra a ilusão de que era favorito.

Que Dilma não decolaria, apesar da popularidade de Lula.

Embalados por essa miragem, ele e seus apoiadores montaram uma campanha cuja única meta era a vitória.

Não interessava construir uma imagem pessoal, muito menos partidária.

Tudo era permitido, pois o resultado apagaria qualquer coisa que tivesse que ser feita para alcançá-lo.

Não ganhou, e a conta, que achava que não teria que pagar, chegou.

Hoje, mal alcança 15% como candidato a prefeito de São Paulo, depois de ter sido deputado, senador, governador e de ter administrado a cidade (é fato que durante breves quinze meses).

Sua rejeição é a maior, entre os mais de dez nomes que estão sendo testados. (Talvez existam casos parecidos em outros países, de políticos que minguaram desse jeito.

No Brasil, é o primeiro.

Nunca tínhamos visto um esfarinhamento tão acentuado.) Derrotadas na eleição presidencial, enfraquecidas no Congresso, divididas e cheias de quizílias internas, as oposições não conseguiram capitalizar a votação que Serra recebeu.

Seus 44 milhões de votos, ao que parece, viraram fumaça. *Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi