Em visita ao Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, o ministro da Integração Nacional e possível candidato à Prefeitura do Recife, pelo partido do governador Eduardo Campos, Fernando Bezerra Coelho, comentou sobre as pretensões do PSB ao colocar seu nome à disposição da Frente Popular no Recife.

O ministro, que por pouco não se contradisse algumas vezes, alegou que não são os projetos partidários ou pessoais que devem determinar o nome, ou os nomes, na disputa de 2012, mas também não escondeu que o PSB se posicionará e que espera, já quase sem paciência, por uma definição do PT. “Quando o PT define que vai buscar sua unidade e sua definição até fevereiro, eu acho que é o nosso dever criar um ambiente de diálogo.

O PT tem que primeiro se definir.

Porque ele não está definido.

Depois tem que dizer qual foi essa definição ao PSB, ao PTB, ao PC do B.

Nós queremos preservar a unidade, é o nosso dever com esses índices de aprovação em torno do nome de Eduardo e de Dilma. É nosso dever zelar por uma coisa que o pernambucano está vibrando, está gostando.” Com fina ironia, talvez, o ministro fez compreender que a dificuldade para o entendimento na Frente é única e exclusivamente responsabilidade do PT. “Achamos que é positivo o esforço que o PT está realizando agora no sentido de tomar uma decisão.

Eu acredito que o ano de 2011 ficou muito marcado pelos desencontros e desentendimentos dentro do PT, e isso contribuiu para uma certa insegurança no encaminhamento do processo sucessório na capital.

E levou, de forma legítima, com que todas as outras forças buscassem se posicionar.

O PSB fez seu movimento, o PTB fez seu movimento, no sentido de explicitar que talvez o caminho mais correto seja as múltiplas candidaturas dentro da Frente Popular.” Enquanto aguarda o Partido dos Trabalhadores resolver os “desencontros”, Fernando Bezerra prega, com tom de professor, o que é necessário para que a Frente Popular se fortaleça e se consolide. “Nós temos que ter humildade, cautela, não se trata de um projeto pessoal, nem sequer de um projeto partidário: isso é um projeto de uma frente política ampla.

Temos que ter perseverança e persistência.

Fácil não é, é difícil, a Frente é ampla e tem muitos quadros, muitos projetos políticos legítimos.” O ministro não fala no plural à toa.

Isso porque ele próprio não nega que não será ele a dar a palavra final sozinho, e que essas questões da PCR não é unicamente de sua alçada. “O PSB certamente se posicionará, não é uma decisão minha.

Hoje a decisão aqui em relação à prefeitura do Recife é muito mais uma decisão do meu partido do que uma decisão pessoal minha.” Questionado sobre o que o seu partido tem feito efetivamente na busca da consolidação da unidade na Frente Popular, Bezerra respondeu: “Eu acho que contribuem mais as conversas que estão sendo realizadas, no sentido de você criar um espírito de entendimento”, e emendou: “se aqui é uma frente ampla, mais ampla ainda é a nível nacional.

E como a gente vai parte do projeto nacional liderado pelo PT, e aqui a gente faz parte de um projeto estadual que é liderado por Eduardo, nós somos convocados à exercitar o jogo da paciência e da humildade para construir o nosso denominador comum.”