Apesar de terem sido o assunto mais lembrado pelos eleitores, com um percentual elevado, de 28%, as denúncias de corrupção no ministério não afetaram a avaliação do governo Dilma Rousseff.
Ao contrário: ela aumentou em dezembro, com 56% da população considerando seu governo “ótimo” ou “bom”, contra 51% em setembro passado.
A informação é da Pesquisa CNI-Ibope de Avaliação do Governo, a última do ano, divulgada nesta sexta-feira, 16.12, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento informa que também melhoraram as expectativas sobre o restante do mandato da presidente da República: 59% da população acredita que o restante do governo será “ótimo” ou “bom”, percentual que era de 56% em setembro, quando foi divulgada a pesquisa anterior.
A aprovação da maneira de governar e a confiança em Dilma Rousseff permaneceram praticamente estáveis: 72% aprovam o modo como ela governa (eram 71% em setembro) e 68% confiam na presidente, mesmo índice de três meses atrás.
Segundo o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, que divulgou o levantamento, as crises das denúncias de corrupção no ministério, responsáveis pela demissão de seis dos sete ministros que deixaram o governo neste primeiro ano de gestão Dilma, não abalaram a popularidade presidencial. “A presidente Dilma conseguiu se blindar.
As denúncias de corrupção ficaram restritas aos ministros”, assinalou.
Fonseca atribuiu os índices de avaliação e aprovação do governo ao bom desempenho da economia, especialmente a manutenção do emprego.
Na sua opinião, a população brasileira parece não haver ainda percebido a deterioração dos principais indicadores da economia, afetados pela crise econômica internacional.
A Pesquisa CNI-Ibope revela que na comparação do primeiro ano de mandato, Dilma Rousseff bateu em dezembro os dois governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Fernando Henrique Cardoso nos quesitos de avaliação e de maneira de governar, perdendo apenas do primeiro mandato de Lula, por um ponto percentual, no índice de confiança no presidente da República - 68% para Dilma e 69% para Lula no primeiro ano de governo.
Quedas – A avaliação de nove áreas de atuação do governo registra que apenas três – combate à fome e à pobreza, combate ao desemprego e meio ambiente – apresentaram saldo positivo, com aprovação superior à desaprovação (56% de aprovação contra 39% de desaprovação no combate à fome e à pobreza; 50% contra 45% no combate ao desemprego; 48% contra 44% nas ações na área de meio ambiente).
Em todas as três áreas, contudo, os percentuais de aprovação caíram em relação a setembro, quando haviam registrado 59%, 53% e 54%, respectivamente.
No pólo oposto, permaneceram como pior avaliadas as políticas de educação, com 51% de desaprovação; de saúde, com 67%, e de segurança pública, com 60% de desaprovação.
O maior saldo negativo entre desaprovação e aprovação em dezembro ficou, porém, com a política tributária, da ordem de 40 pontos percentuais – 66% da população desaprova a política de impostos, contra apenas 26% que aprova.
A pesquisa CNI-Ibope ouviu 2.002 pessoas em 142 municípios entre 2 e 5 de dezembro.