Por Adriana guarda, no JC de hoje A Transpetro terá que esperar para 2012 a entrega do petroleiro João Cândido, primeiro navio construído pelo Estaleiro Atlântico Sul, em Suape.
Depois de vários cronogramas anunciados e postergados, a previsão era que a embarcação deixasse o EAS este mês.
Os funcionários trabalhavam com a expectativa de que o navio partisse para a prova de mar (teste de navegabilidade) na próxima sexta-feira, mas a data não vai se confirmar.
Em nota encaminhada ao jc , o Atlântico Sul diz que o João Cândido “está em fase final de seus testes de sistemas e acabamento e, tão logo sejam concluídos esses procedimentos, seguirá para a etapa de provas de mar, que precede a entrega do navio ao armador, a Petrobras Transporte S.A. (Transpetro).
A entrega será realizada no início do ano de 2012”.
Questionados novamente pela reportagem, o EAS informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que prefere não se comprometer com novas datas.
Como foram verificados vários problemas de montagem na embarcação (soldas, tubulações e sistemas de vapor), o estaleiro quer se certificar de que o acabamento foi completamente concluído para evitar problemas na prova de mar e a possível necessidade de realizar novos reparos antes de entregar o navio ao cliente.
No último balanço divulgado pelo governo Federal sobre as obras da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a construção do João Cândido aparecia com carimbo amarelo, como uma obra que merece atenção.
O documento sugeria que o EAS realizasse a prova de mar no último dia 7 e entregasse o navio à Transpetro até 31 de dezembro.
Apesar da recomendação, o petroleiro vai continuar no cais de acabamento do estaleiro.
O Atlântico Sul vai construir 22 navios para a Transpetro, dentro do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef).
Os dez primeiros petroleiros deveriam ser entregues até 2014, mas a chance do estaleiro conseguir cumprir o prazo é considerada improvável pelo mercado.
O João Cândido já está com 16 meses de atraso.
O navio começou a ser construído há 3 anos, em setembro de 2008, com o corte da primeira chapa de aço.
A embarcação foi lançada ao mar em maio do ano passado, numa cerimônia que contou com a participação do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na época, ele brincou que queria participar da primeira viagem do petroleiro, em setembro do mesmo ano.
A demora compromete também a entrega do restante das encomendas, que além dos 22 petroleiros inclui o casco da plataforma P-55 e sete navios-sonda para a Petrobras.
No caso do segundo navio, batizado de Zumbi dos Palmares, já existe controvérsia de prazo.
O cliente aguarda a entrega para março e o EAS fala em julho ou agosto de 2012.
Os atrasos também se repetiram no Estaleiro Mauá, no Rio, mas com menor extensão do cronograma.
No último dia 25, o estaleiro entregou o navio Celso Furtado, que já está operando na costa brasileira, e tem mais três embarcações em fase de acabamento: Sérgio Buarque de Holanda, Rômulo Almeida e o José Alencar, em homenagem ao ex-vice-presidente José Alencar, que foi lançado ao mar na última segunda-feira.