Por Clarice Spitz, em O Globo.com A economia brasileira ficou estagnada no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre deste ano, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A variação foi nula (0,0%), marcando estabilidade do Produto Interno Bruto (PIB, total de bens e serviços produzidos no país) em relação ao período imediatamente anterior.

O resultado acumulado neste ano é 3,2% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Em valores correntes, o PIB brasileiro somou R$ 1,05 trilhão no 3º trimestre.

Grande parte dos analistas e o próprio governo esperavam por variação próxima de zero ou até queda.

No segundo trimestre, o PIB tinha registrado alta de 0,7% em comparação aos três primeiros meses deste ano, o que mostra uma forte desaceleração no período de julho a setembro.

Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, o PIB brasileiro apresentou crescimento de 2,1%.

Pela ótica da oferta, o maior destaque coube ao setor de Agropecuária nas duas comparações.

O segmento apresentou expansão de 3,2% em relação ao segundo trimestre deste ano.

Já em comparação ao terceiro trimestre de 2010, o avanço foi de 6,9%.

O maior destaque entre os produtos pesquisados coube, segundo o IBGE, ao crescimento da produção de mandioca.

A produção de mandioca esperada para o acumulado do ano de 2011 é 7,3% maior do que a realizada em 2010.

Para o feijão, a estimativa é de uma produção 6,1% maior do que a realizada no ano passado; e da laranja, 3,1%.

Por outro lado, há queda na estimativa da produção do trigo (-14,1%), cana de açúcar (-9,4%) e café (-7,5%).

Já a indústria recuou 0,9% frente ao segundo trimestre de 2011 e registrou alta de 1,0% ante o mesmo período de 2010.

E até mesmo Serviços, segmento que foi o grande destaque da última divulgação, recuou 0,3% e avançou 2,0%, respectivamente.

Já pela ótica da demanda, o consumo das famílias e a Formação Bruta de Capital Fixo, que sinaliza os investimentos, apresentaram retrações de 0,1% e 0,2%, respectivamente em relação ao segundo trimestre de 2011 e de 2,8% e 2,5% ante o mesmo período do ano passado.

O IBGE divulgou nesta terça-feira uma série de revisões, como tradicionalmente ocorre nas divulgações do PIB do terceiro trimestre.

Agora, o PIB do segundo trimestre deste ano cresceu 0,7% e não 0,8% em relação ao período imediatamente anterior.

No primeiro trimestre de 2011, a alta passou de 1,2% para 0,8%.

No quarto trimestre de 2010, a alta foi mantida em 0,7%, na mesma base de comparação.

No terceiro trimestre de 2010, o avanço passou de 0,4% para uma alta de 1,0% também neste tipo de comparação Houve revisão também nas taxas de crescimento em comparação com o período equivalente do ano anterior.

O PIB do segundo trimestre deste ano cresceu 3,3% em relação ao mesmo intervalo de 2010, sendo que antes foi estimado crescimento de 3,1%.

O PIB do primeiro trimestre deste ano ficou com resultado 4,2% maior do que o mesmo período do ano passado.

Houve mudanças também no resultado do quarto trimestre de 2010, que teve a taxa de crescimento alterada de 5,0% para 5,3% e no terceiro trimestre, de 6,7% para 6,9%.

A gerente da Coordenação de Contas Nacionais, Rebeca de Palis, explicou que o fato de a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) não ter sido incorporada aos dados do PIB na revisão das taxas contribuiu para que as alterações fossem pequenas em 2010.

O PIB no ano passado foi mantido em 7,5%.

Em 2010, ano de Censo, a Pnad não foi realizada. » Leia mais