Acompanhando Delúbio Soares em suas visitas pelos diretórios do PT Brasil à fora, para auxiliá-lo na difícil tarefa de apresentar a defesa dos petistas no suposto esquema do Mensalão, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh conversou com a imprensa e revelou sua preocupação em ter o processo julgado em 2012, ano de eleições municipais. “Eu, pessoalmente, defendo que o processo não seja julgado no ano que vem.
Acho que tenha que ser julgado num ano que não haja eleições.
No Brasil temos de dois em dois anos eleições.
Num processo conturbado como esse, conhecido como esse, em que a disputa se faz politicamente, num ano eleitoral você diminui a isenção.
As pessoas acabam tendo opinião e as opiniões acabam sendo movidas pelas paixões políticas”, justificou o histórico advogado de presos político durante a ditadura.
Luiz Eduardo, porém, acredita que o Supremo não se deixará pressionar, mas sabe que não faltaram esforços de partidos políticos para politizarem o processo. “A minha experiência diz que seria melhor,mais conveniente, para se ter um julgamento mais isento que esse processo fosse julgado num ano eleitoral.
Mas o processo hoje está com todas as alegações dos acusados e do Ministério Público, e teoricamente pronto para julgamento”.
Além da ressalva em relação ao ano de votação, Luiz Eduardo acrescenta ainda que, na sua opinião, não caberia ao STF julgar todos os envolvidos no processo.
Porque habitualmente cabe àquela corte julgar pessoas com mandato ou em última instância, o que não é o caso de Delúbio, por exemplo. “A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal só julga quem tem foro privilegiado, quem não tem foro privilegiado o processo deveria começar a ser julgado na primeira instância.
Mas isso é uma questão de ordem que o Supremo vai ter que decidir antes do julgamento”, sugeriu, e continuou, “quem tem mandato deveria ser julgado no Supremo Tribunal Federal, quem não tem mandato vai para a primeira instância.” Apesar das suas considerações feitas, o advogado reconhece que não pode “pedir nada ao Supremo”, que não pode, portanto, não pode pedir para que seja adiado o julgamento.
E agora cabe aos envolvidos no processo esperar. “A expectativa é de que se faça um julgamento justo,sem as paixões políticas envolvidas.
Eu tenho observado na vontade do Delúbio, pelo menos, é que o processo seja julgado de acordo com os autos.
Isso é fundamental.
E o que a gente espera.”