A crise externa é o principal risco aos investimentos das empresas em 2012.

Para 75,7% dos empresários, as incertezas em relação ao desempenho da economia mundial podem comprometer os planos de expansão futuros.

Em 2011, 42,2% das empresas adiaram ou cancelaram investimentos principalmente por causa das turbulências econômicas.

As informações são da pesquisa Investimentos na Indústria, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira, 2 de dezembro.

Além da crise, as empresas estão sentindo o acirramento da concorrência.

Por isso, pretendem aumentar os investimentos em inovação e ganhar competitividade.

No próximo ano, 20,9% das empresas têm como principal foco dos investimentos a criação de produtos.

O alvo de 11,6% será a implantação de novos processos.

Neste ano, a criação de produtos foi o principal destino dos investimentos de 12% das empresas, e a inovação em processos era a prioridade de 6,3% das indústrias. “Quando os mercados estão estagnados, as empresas buscam a diferenciação de produtos e processos como estratégia para enfrentar a concorrência mais acirrada”, explicou o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

Segundo ele, mesmo em meio à crise os empresários brasileiros estão otimistas e, 86,6% pretendem investir em 2012.

O percentual é próximo ao registrado neste ano, em que 88,7% aplicaram recursos na ampliação das fábricas e melhoria de processos e produtos.

O principal foco dos investimentos no próximo ano será o atendimento do mercado doméstico.

Conforme a pesquisa, 74,6% das indústrias pretendem voltar os investimentos para atender principalmente ou exclusivamente o mercado doméstico.

O percentual de empresas que focam os investimentos principalmente ou exclusivamente no mercado externo é de apenas 3,7%.

IMPORTAÇÕES - Conforme a pesquisa, 86,6% das empresas devem investir em máquinas e equipamentos.

Dessas, 73,3% pretendem importar tecnologia do exterior.

A principal fonte de financiamentos dos investimentos será o capital próprio.

Contudo, as empresas pretendem reduzir a participação do uso dos recursos próprios da média de 58,2% registrada em 2011 para 52,9% em 2012.

A parcela média de participação dos bancos oficiais, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), deve crescer de 21,8% em 2011 para 29,3% em 2012.

A pesquisa Investimentos na Indústria foi realizada entre os dias 4 de outubro e 4 de novembro de 2011 com 592 empresas.

Tem margem de erro de 2,7% e intervalo de confiança de 95%.