Juízes Trabalhistas de todo o País paralisam as atividades, nesta quarta-feira (30), para expor à sociedade o atual cenário de insegurança vivenciado pela categoria e cobrar do Poder Público um posicionamento quanto às suas reinvindicações, compartilhadas também pelos juízes federais.

Eles lutam por mais segurança, saúde e pela recomposição das perdas salariais, conforme assegurado pela Constituição Federal (Art. 17, inciso X).

Em Pernambuco, o movimento – que já tem adesão de 49 das 60 Varas do Trabalho - será marcado pela realização de um ato de cidadania: a partir da 11h, juízes da Região Metropolitana e do Interior promovem uma visita guiada ao Fórum Trabalhista do Recife, no prédio da antiga Sudene, onde estão concentradas as Varas do Trabalho do Recife, com 30 alunos e professores de três escolas da Rede Pública Estadual de Ensino. “Será um dia de valorização da magistratura.

Hoje, a Justiça do Trabalho (JT) figura entre as mais céleres do Poder Judiciário.

Somente em 2010, 3,3 milhões de novos processos deram entrada na JT e foram proferidas 3,5 milhões de sentenças.

Isso significa que cada juiz responde por mais de 1 mil ações ao ano”, destacou a presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da Sexta Região (Amatra VI), juíza Luciana Conforti, lembrando que a sobrecarga de trabalho e as constantes ameaças à vida sofridas pelos juízes contribuem para o alto índice de estresse registrado na categoria. “Segundo pesquisa recente, 41,5% dos juízes têm diagnóstico médico de depressão”, observou.

Em relação à política remuneratória, a magistrada lembra que, embora a Constituição Federal assegure a recomposição das perdas inflacionárias, essas já acumulam cerca de 22% nos últimos cinco anos, “o que representa a subtração de quase um quarto do poder aquisitivo dos membros do Judiciário”.

Para minimizar os prejuízos à sociedade, as audiências agendadas para o dia de paralisação já foram remarcadas para datas próximas. “Além disso, no dia do movimento, os juízes estarão no Fórum do Recife para a prática dos atos urgentes, assim como para prestar os esclarecimentos necessários à população quanto aos motivos da paralisação”, afirmou Conforti.

VISITA– Realizada em duas etapas, a visita guiada dará aos alunos participantes a real noção de como a Justiça funciona, mostrando desde o início do processo até a fase das audiências.

Primeiro, será apresentada a distribuição dos feitos.

Depois, os jovens seguirão para as secretarias das Varas localizadas no 9º andar do Fórum (9ª, 10ª, 11ª e 12ª), onde serão realizadas audiências – montadas para fins acadêmicos – com os estudantes.