Deputados da oposição conseguiram acordar com governistas a análise de emendas sugeridas por servidores da CPRH (Agência Estadual de Meio Ambiente) ao projeto nº 679 - encaminhado pelo Executivo em regime de urgência, que institui o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos do órgão.
O apelo partiu do deputado Daniel Coelho, procurado por servidores na última sexta-feira, que alegaram falta de debate sobre o projeto. “Na semana passada alertamos sobre os prejuízos que essa pressa em aprovar mais de 60 projetos do Governo do Estado poderia acarretar”, registrou Daniel. “Os projetos foram distribuídos na terça-feira e na quinta já estavam em votação na Comissão de Justiça, portanto, o tempo para apresentação de emendas, previsto no regimento, não foi cumprido.
Diante da sugestão dos servidores, é democrático, pelo menos, analisarmos suas propostas”.
Os deputados Antônio de Moraes, Tony Gel e Maviael Cavalcanti se juntaram à reivindicação de Daniel, salientando que discutir as propostas dos servidores não traria qualquer prejuízo ao projeto.
A deputada Tereza Leitão – da base governista e também procurada pelos servidores – reforçou o pedido, alegando não ver motivo para radicalismo.
O presidente da Comissão de Justiça, Raimundo Pimentel, tentou recusar o pedido dos deputados, alegando que os servidores deveriam tê-los procurado antes. “Eles nos procuraram no tempo de discussão do projeto, a Casa é que adiantou os prazos”, argumentou Daniel.
Após um longo debate, o líder do Governo, Waldemar Borges, acabou aceitando acordo para votar o projeto em primeira discussão, hoje, e só leva-lo à segunda discussão após analisar as propostas dos servidores da CPRH, desde que 17 deputados assinem o requerimento.
PROPOSTAS - As reivindicações dos servidores começa na formação do Grupo Ocupacional Meio Ambiente e Sustentabilidade (Gomas), cujo projeto original prevê integração apenas de analista e assistente em gestão ambiental.
Pela proposta, o grupo passaria a ser formado por quaisquer servidores efetivos.
Outra questão é a progressão horizontal, determinada, exclusivamente por critérios de desempenho.
Para os servidores, ela deve ser feita por desempenho e/ou tempo de serviço, anualmente.
E ser aplicada enquanto não houver regulamentação da progressão por desempenho.
Os servidores também propõem adicionais por cursos de qualificação correlatos às suas áreas de atuação.
E uma pequena mudança na formação da Comissão Administrativa Permanente de Avaliação do Enquadramento e Acompanhamento do PCCV, prevista para ser composta por representantes dos servidores e da administração da entidade, pedem que seja por funcionários do quadro efetivo e da administração da entidade. “Os servidores têm o direito de apresentar suas propostas e o Governo tem o direito de aceita-las ou não.
O importante é que elas não deixem de ser discutidas”, salientou Daniel.