Do Jornal do Commercio Diante de um conflito interno que ainda parece longe de terminar - o rompimento político e pessoal entre o prefeito João da Costa e seu antecessor, o deputado federal João Paulo -, o PT tenta, a todo custo, encontrar uma forma para ter os desafetos juntos na disputa municipal de 2012, para a qual o nome do atual gestor está cada vez mais consolidado dentro do partido.

E a dificuldade que o governo enfrenta em nível nacional, com a crise em diversos ministérios, pode ser a solução para o conflito estadual: setores do PT vêm trabalhando para que o parlamentar pernambucano assuma uma das pastas na reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff vai realizar no início de 2012.

E o ministério que estaria na mira dos petistas é justamente o que está atualmente nos holofotes de maneira negativa: o do Trabalho, ainda comandado por Carlos Lupi (PDT).

De acordo com petista que possui bom trânsito tanto na ala de João da Costa, quanto na de João Paulo, a expectativa do partido é de que Dilma transforme os ministérios do Trabalho e da Previdência num só - este último atualmente comandado por Garibaldi Alves Filho, do PMDB - e coloque o ex-prefeito do Recife como novo ministro.

A decisão poderia resolver problemas internos para o PT.

Em nível estadual, seria um “prêmio de consolação” para João Paulo - maior líder popular do partido em Pernambuco -, que, em troca, passaria a apoiar a candidatura à reeleição de João da Costa - “algo que já está definido, embora ainda não possa ser anunciado”, segundo o petista.

Já em nível nacional, a escolha do ex-prefeito como ministro atenderia ao pleito de uma grande parcela do PT, que quer um nome do partido ligado aos trabalhadores no comando do Ministério do Trabalho.

Caberia a Dilma resolver a equação, referente às cicatrizes que ficariam marcadas no PDT e PMDB caso não sejam recompensados com a perda. “Esta é uma saída que está sendo trabalhada para João Paulo.

Depois de Lula, ele é o maior líder de massas que o PT possui, mas não soube conviver fora do poder.

De todo jeito, é muito importante ter ele na campanha em 2012”, afirmou o petista, em reserva.

Com o nome de João da Costa, internamente, “já definido” para a sucessão municipal, mesmo que criador e criatura não voltem a conviver pessoalmente, a expectativa é de que, politicamente, eles possam estar juntos.

Isso, de acordo com a fonte petista, é o que todo o partido espera.