Em café da manhã com empresários e investidores do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), foram anunciados os planos de incentivo à parceria público-privada nos projetos de saneamento do Estado.

Na ocasião, o presidente da Compesa, Roberto Tavares, e o secretário de Recursos Hídricos do Estado, João Bosco, apresentaram a parceria como a grande alternativa para, em 12 anos, aumentar dos vergonhosos 20% para 90% a área com o mínimo de saneamento na Região Metropolitana do Recife.

Ainda no hall do JCPM Trade Center, onde aconteceu o evento, Tavares explicou que a maior parte dos recursos hoje investidos em saneamentos são federais, enquanto que o novo modelo proposto usaria a verba federal para dar garantias aos investidores que fariam as obras e a manutenção dos sistemas, ficando com os lucros do empreendimento. “O Estado não dará nenhuma contra partida nesses investimentos.

O estado faz o que já garantiu com as verbas do Governo Federal e a iniciativa privada continua.

O projeto que fizemos apontou que são necessários R$ 4,3 bilhões para universalizar o saneamento.

Com a parceria, desembolsamos R$ 1bi, e eles o restante”, explicou Tavares, que continuou. “O atual modelo, o modelo de 500 anos no Brasil, conseguiu sanear 20% do Estado, agora, em 12 anos, elevaremos a 90%”, defendeu.

Em seu discurso, João Bosco falou da urgência para a solução do problema de saneamento.

Bosco lembrou, porém, que o tema só é tratado em épocas eleitorais. “Por muito tempo o saneamento é tido como uma questão secundária.

Sempre houve mais investimentos na distribuição da água que no próprio saneamento sanitário”, lamentou.

Outro ponto levantado pelo secretário, foi a indiferença de alguns setores da sociedade. “Quando se fala em racionamento de água, ou mal funcionamento dos esgotos, parece que está tudo bem.

Porém quando o assunto é racionamento de energia, se faz um grande alarde, uma calamidade”.

A parceria que se propõe, prevê um contrato de concessão por 35 anos e, pasmem, da arrecadação, 90% será do investidor privado.

A Compesa faturou em 2010 R$ 810 milhões, e espera passar de RS 1 bi em 2012. Ás empresas caberia a implantação de ETEs (estações de tratamento de esgotos), EEs (estações elevatórias) e coletores troco.

Além de recuperar os sistemas já existentes.

Caberia também à iniciativa privada a manutenção das redes de coleta e das estações.

A Compesa apenas fará as relações comerciais com os clientes e continuará operando os sistemas de distribuição de água.