Por Marcelo Ferreira Lima, especial para o Blog de Jamildo O mundo agitado em que vivemos, com grande fluxo de informações e possibilidades acaba deixando as pessoas reféns da incessante busca pelo novo e pelo ideal.

Essa prática que está cada vez mais comum na sociedade, também traz consigo o beneficio da ciência do direito, onde vemos cada vez mais as pessoas indo às ruas, unindo forças nas esferas civis, humanitárias e econômicas.

Este desejo da mobilização humana é muito forte, transforma desde os capitalistas-extremistas até os socialistas e em diversas partes do mundo, onde vemos o enfrentamento de ditaduras seculares como nos países de origem árabe, que batem de frente à opressão de seus “lideres” e emanam o seu grito de liberdade, conseguindo assim, mudar o sistema de toda uma nação.

Da ideologia nasce força, da força a transformação.

Mas onde está força destes ideais brasileiros?

A força das caras pintadas, da juventude forte que rompeu as normas ditatoriais e que tem o desejo de transformar?

Perdeu-se no tempo ou será que os nossos problemas não são tão impactantes a ponto de fazer um calo sequer na sociedade?

Pseudo-cegos e imóveis, estamos perdendo uma das maiores guerras que a sociedade já enfrentou durante todos os tempos.

Uma batalha silenciosa que devasta desde muito cedo nossos jovens, sem distinção de classe social e que é travada à luz do dia, entre palácios e favelas: A guerra contra as drogas e o domínio territorial do crack.

Esta droga predatória, mortal, destruidora de todo e qualquer poder de reação do individuo, toca fogo na vida daqueles que, por algum motivo se envolveram neste caminho tortuoso, enveredados nesta epidemia de Saúde Pública.

Isto mesmo Epidemia, como mesmo já definiu nosso ministro da Saúde Alexandre Padilha.

Temos que dar o grito de revolta a esta situação, lutar pela causa e lembrar que a guerra não está longe de nossas vidas, acontece nas esquinas de nossas ruas e dentro de muitos lares. É preciso acordar.

No coração do Estado de São Paulo, por exemplo, está instalada uma base bastante representativa da droga, a “Cracolândia” que, absurdamente funciona livre.

Como podemos deixar que exista um “quartel general” do mal, principalmente numa grande metrópole?

As pessoas precisam exercer seu poder vigilante de proteção da sua matriz organizacional convocando o Estado, deixando a passividade de lado e combatendo de frente as bases desta problemática.

Temos que acionar o alerta e começar um combate ao crack baseado em ações multisetoriais, envolvendo política de Saúde, segurança publica, de educação e de reinserção social.

Até porque, pensar no combate definitivo, é pensar em ações que agreguem o usuário como pessoa humana, pensando em salvar as vidas que estão sem rumo e se perdendo. É preciso que haja uma intensificação do trabalhando na sociedade carente de informação, principalmente sob o ponto de vista humanitário e financeiro, que são os mais explorados pelo tráfico.

Temos que agir e começar a virar esta guerra.

A estratégia de combate às drogas começa dentro de cada um de nós.

Vamos refletir e entender que, para vencer esta batalha, temos que abandonar a omissão e juntar forças de transformação.

Marcelo Ferreira Lima é Mestre em Odontologia pela UPE e Gestor em Saúde Pública de Pernambuco.