Por Vera Rosa, em O Estado de S.
Paulo O governo vai abrir o cofre para enfrentar votações importantes no Congresso, a partir da próxima semana.
Dos R$ 11,9 bilhões que foram liberados ontem pela equipe econômica para gastos do Executivo, cerca de R$ 6 bilhões devem ser reservados ao pagamento de emendas parlamentares, principalmente para senadores.
O Palácio do Planalto não quer correr riscos no Congresso às vésperas de votações cruciais, como a que estica a validade da Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2015.
A presidente Dilma Rousseff pediu aos líderes da base aliada todo o empenho para aprovar a prorrogação da DRU, mecanismo que permite ao governo gastar como quiser 20% das receitas orçamentárias.
Na tentativa de convencer deputados e senadores, Dilma recorreu até mesmo ao argumento dos efeitos imprevisíveis da crise internacional, que deve ser de longa duração.
A emenda que renova a DRU foi aprovada em primeiro turno na Câmara, mas passará de novo pelo crivo dos deputados, na terça-feira, antes de seguir para o Senado.
Na lista das prioridades do governo - que corre contra o tempo para não ser surpreendido no Congresso - estão, ainda, a proposta que institui um fundo de Previdência para os servidores e o Orçamento da União.
Todos os projetos precisam receber sinal verde tanto da Câmara como do Senado.
Ajuste.
Em fevereiro, um mês após tomar posse, Dilma anunciou corte de R$ 50 bilhões nas despesas para enfrentar um período de “vacas magras”.
O aperto provocado pelo ajuste fiscal só ganhou uma folga ontem, quando o Ministério do Planejamento liberou R$ 12,1 bilhões para os três poderes.
Deste total, R$ 11,9 bilhões foram para o Executivo. É com essa margem de manobra que as ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil) trabalham para pagar emendas e aumentar investimentos em programas sociais.
Diante de uma crise política atrás da outra, Dilma pretende fechar o ano com uma agenda positiva.