Língua da diplomacia universal e da cultura ocidental, o francês é também parte integrante da vida pernambucana, não apenas pelas relações governamentais entre o Estado e Paris, mas também pela influência em hábitos e costumes que chegaram por aqui desde o desembarque da família real, em 1808.
De olho neste crescimento e nesta nova fase do francês no mundo, além da proximidade da Copa de 2014 e novas empresas se instalando no Estado, a Aliança Francesa do Recife abre nesta sexta, dia 18, com festa só para convidados, a nova unidade em Boa Viagem, com capacidade para dobrar o número de alunos atuais, hoje com mais de 950 estudantes.
A abertura será a partir das 20h.
Localizada numa das áreas que mais cresce na cidade, a Aliança de Boa Viagem passa a atender na Rua Tenente Domingos de Brito, 756.
De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Aliança Francesa do Recife, professor Fernando Campello, a nova unidade não será apenas um centro de estudo do idioma, mas também um núcleo de divulgação da cultura dos países francófonos, seguindo o modelo da unidade da Aliança Francesa situada no Derby.
Com foco na formação científica, que visa certificar e colocar no mundo dos negócios, profissionais mais preparados, a Aliança Francesa do Recife também tem ampliado, a cada semestre, sua programação de cursos.
Com a proposta de fazer com que o idioma francês seja aperfeiçoado de maneira prática, por meio de situações cotidianas, a Aliança promove, ainda, intercâmbios linguísticos em Paris.
A cada viagem, grupos de pernambucanos têm a oportunidade de fazer uma imersão total na língua francesa.
O interesse de quem participa destas programações é bem diversificado.
Vai da economia – vale destacar que em plena crise financeira européia, de janeiro a setembro deste ano, as exportações do Brasil para a França atingiram o valor de US$ 3,36 bilhões, com variação positiva de 33,34% em relação ao mesmo período de 2010 – à história, cultura e, principalmente, arquitetura, importante elo entre o Nordeste do Brasil e a França.
Recife é a segunda cidade do país com forte influência francesa.
A capital pernambucana é uma das cidades brasileiras que mais acumula peças e construções francesas.
Um bom exemplo é o Mercado de São José, modelo para a construção de todos os outros mercados municipais brasileiros, incluindo o mais famoso deles, o Mercado Municipal de São Paulo.
Primeiro do Brasil, o Mercado de São José foi construído em 1875.
A beleza arquitetônica de seus ferros fundidos foi produzida pela fundição Val D’Osne, exatamente de onde saiu a famosa Estátua da Liberdade, símbolo do novo mundo para milhões de imigrantes de todas as partes do planeta.
Já o Teatro de Santa Isabel (1850), assim como o Palácio da Justiça são projetos do arquiteto francês Louis Vauthier.
A casa grande na esquina da Av.
Rui Barbosa e Rua Amélia também é projeto de Louis Vauthier, que viveu no Recife por muitos anos e influenciou a faculdade de engenharia com suas ideias e pensamentos.
E há muito mais intervenções francesas na cidade: Na Praça do Derby, símbolo do trottoir da sociedade pernambucana da década de 30 e 40, o pernambucano e o turista podem caminhar no jardim projetado pelo paisagista Burle Marx e apreciar os jarros de flores vindos diretamente de Paris.
Já na entrada do Museu do Estado estão esculturas francesas em ferro, enquanto na Praça da República o visual fica ainda mais bonito sob o olhar das divindades clássicas.
No centro, na Ponte Maurício de Nassau, a primeira de grande porte do país, estão as esculturas de mulheres representando o comércio, a justiça, a cultura e a lavoura.
Outro lugar que vale a visita é a Estação Central, antiga ferroviária e atual Estação do Metrô do Recife.
Lá, podem-se apreciar duas torres com quatro grandes águias de ferro sobre a estrutura.
São partes da França no Recife, que inspiram o elevado estado de espírito de muita gente, que viaja na contemplação.
Quem é adepto de um turismo religioso, não pode perder a visita ao santuário de Nossa Senhora da Conceição, onde tanto o nicho quanto a imagem da santa foram confeccionados por franceses.
Uma cidade repleta de história e união de culturas que forjaram o jeito e o comportamento pernambucanos.