Na primeira reunião do Conselho Deliberativo da Sudene presidida pelo ministro Fernando Bezerra Coelho, apesar dos elogios do ministro ao ex-presidente Lula e a presidente Dilma, duas coisas chamaram bastante a atenção do público presente.
A primeira, a velocidade com que eram votados os projetos vindo do conselho técnico.
Exceto quando o governador petista, baiano, Jaques Wagner questionou a proposta do ministro que alteraria os investimentos nas campainhas de gás natural, os demais projetos foram votados em questões de segundos.
Lia-se a proposta e o ministro bradava: “Quem for a favor permaneça como está!”, todos paravam, e o projeto era aprovado.
Outro momento curioso foi o discurso de José Tomáz Nonô, vice, que representava o governador alagoano Theotônio Vilela.
Logo no início de sua fala, o ex-deputado resolveu corrigir a definição de Fundo Contábil feita pelo representante do Ministério da Fazenda na reunião: “Fundo Contábil, me permita, é, na verdade, um eufemismo para fundo inexistente”, falou o alagoano arrancando risadas.
E emendou: “O fundo não deve (falando baixo) ser financeiro.
O fundo TEM QUE SER (gritou) financeiro”, novamente aplaudido, cobrou a mudança do sistema de até então.
Concordando com o governador baiano, Nonô pediu a garantia de mais investimentos para as termelétricas à gás, mais limpas, e falou das vantagens para seu Estado.
No final do argumento, enquanto dizia que Alagoas tinha um grande volume de gás em seu território, disparou: “Maceió fica em cima de uma enorme bacia de gás, é tão grande que tenho medo até que exploda!",tentou convencer.
O ex-deputado, que era segundo ele, “debutante” nas reuniões do conselho, e, portanto, “um sonhador”, concordando com a proposta do governador Eduardo Campos apoiada integralmente pelo Conselho, também quer defender a distribuição para todo o país, inclusive para o Nordeste, os recursos do pré-sal.
Nonô lembrou que não se trata apenas de uma bandeira regional, mas nacional.
Porém, fez questão de lembrar das dificuldades que terão de enfrentar para a conquista desse direito: “Vejam bem: desafiamos dois grandes governos.
Desafiamos Cabral e Casa Grande.
Desafiamos o descobridor e aquele cujo nome lhe dá a dimensão”, brincou fazendo referência aos governadores do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, que querem concentrar os recursos em seus Estados.“Por isso nós temos que bater firme pra garantir um melhor futuro para as futuras gerações de nordestinos”.
Mais uma vez, risos e aplausos Nonô.