A ex-deputada Terezinha Nunes fez entrega, ontem, à Procuradoria-Geral do Ministério Público de Pernambuco de uma representação em que solicita providências do órgão para que a população de Olinda, notadamente os habitantes da cidade alta, voltem a contar com o sinal de telefonia celular, sobretudo da operadora TIM, que foi cortado depois que a Prefeitura, com base em uma lei aprovada em 2002 e só agora colocada em vigor, proibiu as operadoras de manter antenas de telefonia celular na cidade alta.

Na ausência do procurador-geral, Dr.

Aguinaldo Fenelon, que está participando de um encontro em Sergipe, Terezinha Nunes foi recebida pela promotora de defesa da cidadania, Liliane da Fonseca Lima Rocha, sua substituta.

Ela, após receber a representação, de ofício, a remeteu para a promotora de cidadania de Olinda, Dra Helena Capela, que ficará encarregada de acompanhar a ação e ouvir os envolvidos, no caso a Prefeitura e as Empresas de Telefonia.

Segundo a promotora Liliane Fonseca, a representação veio a calhar uma vez que se debate no momento a questão da telefonia celular no estado de Pernambuco por meios de duas CPIs, uma na Assembléia e outra na Câmara Municipal do Recife.

Ela disse a Terezinha Nunes ser " preocupante que os moradores de uma cidade histórica como Olinda e os próprios turistas estejam sem sinal de celular".

Em sua representação a ex-deputada relata que a Prefeitura de Olinda não deveria ter posto em vigor a lei sem antes tomar a iniciativa de oferecer uma saída para os moradores.

E afirma “na realidade a Lei entrou em vigor sem que a Prefeitura apresentasse qualquer alternativa para que os moradores não fossem prejudicados.

Por conta disso, em pleno século XXI uma cidade como Olinda, principalmente a cidade alta, que recebe milhões de turistas de todo o mundo, está isolada, praticamente sem comunicação telefônica e internauta, o que é imprescindível para o mundo globalizado em que vivemos”.

E completa ; " Essas questões não podem ser perdidas de vista até porque a imagem da cidade está em jogo. É inconcebível que um patrimônio da humanidade esteja sem comunicação".

Para Terezinha " Não há que se discutir a importância da Lei do ponto de vista ambiental, entretanto, tem-se que comungar a questão ambiental com o interesse público.

Com certeza, há existem tecnologias para resolver a questão de forma adequada, com antenas móveis ou com antenas mais potentes colocadas em outras áreas, mas cujo sinal chegue ao sítio histórico".

A ex-deputada afirmou à promotora que “não há como se entender que a Prefeitura não tenha tido o cuidado de antes analisar todas essas questões. É, de clareza mediana, que a Prefeitura de Olinda deve apresentar alguma solução no sentido de dirimir este conflito e propiciar o bem-estar do povo olindense.

Tal situação é de interesse público”.