A presidente Dilma Rousseff não gostou nem um pouco do tom ameaçador do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que nesta terça-feira, 8, disse “duvidar” que ela o demitisse e que ele não sairá “nem na reforma ministerial”, prevista para o início do ano, quando deixarão deixar seus cargos todos os candidatos que estão no primeiro escalão do governo.
Dilma incumbiu a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, de transmitir a sua insatisfação a ele.
Gleisi disse a Lupi que “houve excesso” na fala dele no dia anterior e que “ele e todos os ministros deste governo sabem que quem nomeia e quem demite é a presidenta da República”.
Lupi havia dito também que só à força deixaria o ministério. “Não saio do cargo.
Daqui ninguém me tira.
Só se for abatido à bala.
E tem que ser bala de grosso calibre porque eu sou pesado”, disse.
O recado a Lupi foi dado pessoalmente por Gleisi, antes de ele participar com a ministra de uma reunião para discutir a instalação de ponto eletrônico na Esplanada.
A reunião estava marcada para 11h30.
A ministra Gleisi conversou com Lupi a portas fechadas, em seu gabinete, no quarto andar do Planalto, e avisou do descontentamento da presidente Dilma com episódio.
Gleisi ressalvou, no entanto, que acreditava que tudo foi feito, em meio a um “clima de estresse” por causa das denúncias que ele está sofrendo.
Uma retração do ministro Lupi está sendo aguardada pelo Planalto, para que ele amenize e esclareça as declarações dadas na terça.
Dilma estava irritada desde terça com as declarações.
Mas limitou-se a reclamar para seus assessores diretos, já que o governo enfrenta uma importante votação no Congresso, considerada fundamental pela própria presidente, que é a aprovação da DRU, a Desvinculação de Receitas Orçamentárias da União.
A DRU dá ao governo a liberdade para usar como quiser 20% das receitas da União.
A presidente não pretende tomar nenhuma atitude neste momento contra o ministro e continua lhe dando o crédito em relação às denúncias, reconhecendo que não apareceu nada diretamente contra ele.
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