A Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas, que há 19 anos representa os interesses dos empresários e empreendedores do balneário, endossa o coro daqueles que, sob a bandeira da sustentabilidade, se posicionam contra a instalação de usinas termo elétricas no Complexo de Suape.

Segundo Otaviano Maroja, presidente da entidade responsável por quase 50% dos leitos de Porto, explica que a repulsa à instalação não significa que sejam contrários ao desenvolvimento, mas que defendem um desenvolvimento mais comprometido com as questões ambientais. “O meio ambiente hoje é fundamental.

Como é que Porto de Galinhas pode ser favorável a essa possível termelétrica?

Nós trabalhamos com ecologia, com sustentabilidade, com meio ambiente.

Nós nunca seremos favoráveis.

Somos a favor das belezas naturais, não concordamos com nada que seja prejudicial ao meio ambiente”, explicou.

Otaviano não nega, porém, que há interesses comerciais e econômicos que são levados em consideração para essa postura, mas que o meio ambiente é o grande motivador deste posicionamento.

Para o empresário Mássimo Pellitteri, não é apenas a termelétrica que assusta, mas o “crescimento desordenado” do complexo. “Porto de Galinhas era muito diferente dois ou três anos atrás.

A Estrada nova, por exemplo, hoje é repleta de grandes indústrias nas margens.

Mas o problema maior é, sem dúvida, e muito nos preocupa, é a termelétrica.

Além de tudo é um negócio muito perigoso”.

Pellitteri afirma ainda que o argumento de “back up” no fornecimento de energia não faz sentido, pois, segundo ele, há energia de sobra da região. “Energia tem.

O problema de energia naquela região já foi resolvido há 15 anos.

Na época tínhamos problemas, hoje não mais.

Eventualmente se tem problemas em baixa tensão.

E mais, se fala que a termelétrica é uma espécie de reserva de energia, mas quem faria um investimento desses para ficar na reserva?”, questionou o empresário.

Novos visitantes A Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas também não tem visto com bons olhos a ocupação de parte dos leitos da região por operários que trabalham em Suape.

Segundo representantes da entidade, não interessa à região os que fazem dos hotéis e pousadas dormitórios, sem consumir ou desfrutar do sol e das praias.

Em contra partida, a associação aguarda já vem se preparando para quando, a todo vapor, Suape comece a funcionar com todos os quadros executivos que haverão de migrar para a região. “Nós aproveitamos muito pouco o mercado de Suape, ainda não temos espaço suficiente para o turismo de negócios.

Três novos hotéis serão entregues muito voltados para esse público executivo”, explicou Otaviano Maroja, presidente.

Além dos novos quartos, a Associação estuda, junto com a prefeitura, construir um Centro de Convenções Público no município, pois, pelas contas dos empresários, “os eventos podem cobrir as ‘falhas’ próprias das questões sazonais”.