Na mesma semana em que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) julgou como “irregular” um contrato entre a Secretaria de Turismo do Recife e a Makplan Marketing e Planejamento Ltda., a líder da oposição à gestão municipal decidiu enviar ao prefeito João da Costa (PT) e ao secretário de Turismo, André Campos, pedido de informações solicitando esclarecimentos em torno de um novo contrato, firmado em março de 2007, entre os mesmos entes: Secretaria de Turismo e Makplan.
Chama atenção da bancada de oposição a quantidade de recursos gastos, apenas na Pasta, com publicidade.
De janeiro de 2011 até hoje, por exemplo, já foram pagos R$ 13,557 milhões, valor equivalente ao que foi destinado pela Secretaria de Comunicação da PCR para a promoção de todas as ações do governo municipal no ano.
Entre a própria Secretaria de Turismo do Recife e a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), no mesmo período - de janeiro a outubro de 2011 -, a comparação de valor gastos com publicidade também chama atenção.
A Empetur, responsável pela divulgação do turismo de todo o território pernambucano, investiu cerca de R$ 4,8 milhões.
Para a vereadora Priscila Krause, é preciso fiscalizar a aplicação desses recursos. “Nós já havíamos chamado atenção do valor que a própria Secretaria de Comunicação vem gastando, fato que precisa ser acompanhado porque a Prefeitura não pode ser instrumento de uso político em benefício de projetos de poder de grupo A ou B.
Agora descobrimos que há outra Secretaria que gasta o mesmo valor, ou seja, temos duas Secretarias de Comunicação com orçamentos vultosos numa mesma Prefeitura.
Em nome da boa aplicação do dinheiro público, vamos analisar toda a documentação solicitada e depois encaminhar ao TCE”, anunciou a líder.
Outra informação que chamou atenção da vereadora foi a repetição do artifício de “aditivos” de contratos postergando a validade do serviço.
Inicialmente, a PCR previa manter o contrato entre Secretaria de Turismo e Makplan por 18 meses.
Mas o serviço não foi encerrado no prazo (setembro de 2008).
Está em voga até hoje, através de vários aditivos publicados no Diário Oficial do Recife.
Para Priscila, não há dúvidas que a publicidade é um instrumento importante para o poder público divulgar suas ações e realizar campanhas educativas.
Mas é preciso que, numa cidade com vários problemas básicos, algumas prioridades não sejam escanteadas. “O Turismo é um setor que precisa ter um contrato de publicidade eficiente.
O Recife, inclusive, perde para várias capitais do Nordeste no quesito.
Mas isso não justifica esses valores exorbitantes”, complemente Priscila.