Por Terezinha Nunes, especial para o Blog de Jamildo Desde que começaram as denúncias de corrupção no Ministério da presidente Dilma, o Palácio do Planalto cuidou de vazar para a imprensa que a presidente estava fazendo uma faxina, ou seja, livrando-se da sujeira.
Embora isso possa respingar no ex-presidente Lula, já que todos os ministros demitidos passaram pelo seu crivo e alguns já cometiam irregularidades em sua administração, essa seria a melhor forma de evitar que, já no início do seu mandato, a presidente se desestabilizasse com a reação em cadeia que viria, como veio, com denúncias, seguidas de afastamento dos cargos no mais alto escalão.
Com a queda do quinto ministro por suspeita de envolvimento com a corrupção esta semana o que se pergunta neste momento é se a presidente sabia ou não sabia das denúncias antes de fazer as nomeações.
Embora não tenha um passado bem recomendável neste aspecto – ainda pré-candidata negou que tivesse pressionado a funcionária da Caixa Lina Vieira a livrar a cara da família Sarney e até que a tivesse recebido, o que seria desmentido depois – Dilma no caso de pelo menos um dos cinco ministros demitidos deixou evidente que existia culpa no cartório.
Se o PC do B, como bradou o já demissionário ministro Orlando Silva em comerciais de TV esta terça-feira, trouxe a Copa e a Olímpíada para o Brasil, como justificar que o Palácio do Planalto tenha criado uma Autoridade Pública Olímpica para cuidar mais ativamente da infraestrutura para a Copa?
Apontada no início como um mimo para o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a Autoridade Pública Olímpica foi na verdade uma maneira de manter o ministro cuidando dos esportes mas passando longe – até enquanto se possa acreditar nisso – dos bilhões a serem investidos em estádios e obras de mobilidade.
Envolvido até o gogó com as ONGs criadas - pelo que se sabe até agora - por militantes do PCdoB que recebiam milhões para desenvolver atividades esportivas nem sempre concretizadas, Orlando Silva, na verdade, ou como secretário-geral, na gestão de Agnelo Queiroz, ou como ministro, teve suas atividades investigadas pelo TCU que apontou irregularidades em diversos contratos.
Ministra mais próxima do presidente Lula, conhecida como uma “gerentona”, Dilma deveria conhecer, pelo menos no geral, do que se tratava.
E passou recibo ao criar a Autoridade Pública Olímpica.
Isso ninguém pode negar.
Esta claro, portanto, que Dilma se submeteu ao comando de Lula, sem se importar com o que poderia vir depois.
Se quisesse pelo menos os nomes poderia ter substituído.
Outras pessoas do PCdoB foram lembradas lá atrás para o Ministério dos Esportes mas Orlando Silva foi confirmado ministro, embora tenha sido acusado até mesmo da atividade prosaica de uso do cartão corporativo para comprar tapiocas.
O que virá depois dessa faxina é difícil saber.
Uma coisa, porém, parece clara: a liberdade de imprensa, que o PT tentou macular, é a maior arma da democracia e é ela que vem permitindo levantar o tapete e tirar de baixo dele o desvio de dinheiro público orquestrado pelo PT e pelos partidos coligados.
A faxina não é de Dilma.
Esta sendo feita pelos jornalistas e pelos órgãos de imprensa que souberam resistir às pressões que receberam para calar a boca.
Não se sabe se Dilma , caso tivesse o mesmo carisma de Lula, cuidaria, como ele fez, de livrar a cara dos acusados e jogar a culpa na imprensa.
Mais fraquinha, Dilma tem seguido o figurino.
Provado o malfeito, tira o ministro do cargo, antes que se contamine.
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