A pesquisa View more documents from Jamildo Melo As vendas do comércio em geral estacionaram em setembro na comparação com agosto, se não for levado em conta o desempenho das concessionárias de veículos.

Quando estas são consideradas registra-se acréscimo de quase 2,9%, em decorrência do forte crescimento de mais de 12,6% nas vendas de automóveis.

Segundo o levantamento feito pela Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio-PE) este bom resultado está fortemente influenciado pelo aumento das vendas de importados, em decorrência de uma antecipação de compras que buscava evitar um iminente aumento de preço, em consequência de um incremento de 30% na alíquota do IPI, que acabou sendo postergado para o mês de dezembro.

A despeito do freio do crescimento das vendas do varejo na comparação com agosto, os ramos de móveis e decorações e materiais de construção continuaram a se expandir, com taxas de 3,5% e 2,4%, respectivamente, indicando que têm fôlego para continuar em alta este ano.

As vendas de combustíveis também foram positivas no mês, embora este ramo não venha mostrando um retrospecto tão consistente quanto os dois anteriores. “Os resultados continuam bons na comparação anual.

Em relação a setembro do ano passado as vendas cresceram mais de 4,9% quer se considerem ou não as concessionárias de veículos.

Nesta comparação, todos os quatro segmentos que compõem o índice Fecomércio apresentaram índices positivos, o mesmo acontecendo com 11 dos 13 ramos pesquisados”, explica o consultor da Fecomércio, Luiz Kehrle.

No acumulado anual os resultados são ainda melhores.

Quer se considerem ou não as revendas de veículos o faturamento do comércio em geral aumentou cerca de 5,2%, com os ramos, novamente à exceção de cine- foto- som/óticas e farmácias/perfumarias, crescendo no período, com destaque para móveis/decorações, que teve expansão de mais de 21%. “O emprego e a massa salarial variaram muito pouco, cerca de 0,5%, tanto na comparação com agosto deste ano quanto com setembro do ano passado.

No acumulado do ano a massa salarial registra crescimento no entorno de 8% e o emprego mais de 5%, quer se considerem ou não as concessionárias de veículos”, completa o também consultor da Fecomércio, José Fernandes de Menezes.

PROGNÓSTICO - A desaceleração da economia durante o ano em curso vem se refletindo no varejo brasileiro.

No caso da RMR as taxas de variação vêm decrescendo a ponto do comércio em geral ter apresentado em setembro crescimento nulo em relação ao mês anterior, se não for levado em conta o desempenho das concessionárias de veículos.

Mesmo com o corte de meio ponto na taxa de juros Selic, ocorrido na reunião do Copom de outubro, a expectativa é que a desaceleração continuará o que, em conjunção com as dificuldades impostas pela greve dos bancários, deverá afetar negativamente os resultados de outubro, embora se espere no mês um pequeno crescimento em relação a setembro, devido a existência de um dia a mais no calendário e, principalmente, aos bons números do Dia das Crianças.

A despeito da desaceleração registrada, os resultados acumulados no ano continuam bons e nossa previsão é que ao final de 2011, as vendas do varejo terão crescido mais de 5% em relação a 2010, um resultado cerca de meio ponto acima do que deverá ser registrado pelo PIB estadual no mesmo período.

VARIAÇÃO - Setembro é considerado historicamente um mês sem grande dinamismo no calendário varejista, tendo em vista que não conta com data comemorativa relevante para as vendas.

Ou seja, é um período considerado morno, onde o estímulo para as compras decorre das promoções e liquidações.

No entanto é importante ressaltar que o varejo metropolitano continua se beneficiando pela expansão do emprego organizado, crescimento da oferta de crédito e da massa salarial.

Neste cenário, o faturamento real de setembro contabilizou crescimento de 2,88% frente ao mês anterior.

O desempenho está fortemente relacionado com a expansão das vendas do Comércio Automotivo que registrou expansão de 10,51%, justificado pela forte evolução das vendas de veículos (12,63%), sinalizando, portanto, dinamismo neste ramo dos negócios.

Nos demais segmentos monitorados pela Fecomércio-PE, apenas dois obtiveram variações positivas: Bens de Consumo Não Duráveis (1,35%) e Materiais de Construção (2,40%).

No caso particular deste último, a variação positiva pode ser justificada pelos efeitos derivados da construção civil na RMR e em Pernambuco.