Por Edilson Silva Há várias semanas estamos tratando do projeto da suposta Avenida Beira Rio, no Recife.

Iniciamos tratando do problema da demolição do antigo bar Garagem e o possível envolvimento direto e pessoal o ex-secretário de Planejamento da PCR, Amir Schwartz.

Desde aquele primeiro texto, várias semanas se passaram.

Fizemos várias perguntas ao secretário e à prefeitura, sempre publicamente.

A prefeitura não respondeu às perguntas, mas fez bravatas e ameaças em réplica às nossas indagações.

Há duas semanas, porém, teve a chance de explicar-se em Audiência Pública na Câmara de Vereadores, convocada com nosso apoio pela Comissão de Direitos Humanos daquela casa.

Infelizmente, a prefeitura acovardou-se e ausentou-se da audiência.

Não mandou nenhum representante.

Mesmo assim, os patrocinadores da audiência, ambientalistas, moradores, empreendedores, sociedade civil, CREA, mantiveram a atividade e decidiram levar adiante a luta pela transparência e pela elucidação dos abusos e responsáveis pelos excessos cometidos em nome de um suposto projeto de uma Avenida Beira Rio.

Nesta quinta-feira, 27/10, novamente a Câmara de Vereadores estará aberta para uma nova audiência, em que se espera que a prefeitura se faça presente e esclareça o que é o projeto Avenida Beira Rio, quem o concebeu, quando, quanto custou e custará, quais os prazos para execução, etc.

Mais do que isto, a prefeitura deve explicações acerca da falta de isonomia no trato com os ocupantes da Beira Rio.

Porque empreendimentos de grandes construtoras podem ser feitos praticamente mergulhados no Capibaribe e outros moradores, humildes, são despejados sumariamente?

Como pode a construção irregular de tantos prédios na Beira Rio?

Porque a Avenida Beira Rio pode contornar construções “diferenciadas” e passar por cima de outras?

Há mais em jogo.

Caso a prefeitura venha a ser condenada judicialmente pelos abusos cometidos contra cidadãos que tiveram seu patrimônio demolido irregularmente, quem irá pagar a conta?

Os cidadãos da cidade, através dos tributos, ou os gestores irresponsáveis que arvoraram-se “donos da lei” para impor seus interesses privados sobre a coletividade?

A cidade está convocada para esta audiência.

Está em jogo mobilidade urbana, ética pública, dinheiro público, transparência, participação popular.

Está em debate a cidade que queremos. Às 09h, no Plenarinho da Câmara.

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