Do Jornal do Commercio A troca de comando no diretório estadual do PSB, com a saída do vice-prefeito do Recife, Milton Coelho, e a entrada do secretário estadual de Articulação Social e Regional, Sileno Guedes, caiu como uma luva para o momento tenso que a Frente Popular de Pernambuco atravessa.
Com a medida, o governador Eduardo Campos - presidente nacional do PSB - oferece uma saída honrosa ao vice-prefeito, que vinha enfrentando fortes resistências internas desde junho, quando se desentendeu com o escritor Ariano Suassuna, que acabou deixando a legenda após 21 anos de filiação.
De quebra, o novo presidente chega com um perfil mais agregador, de quem transita com facilidade em todas as instâncias partidárias, além de ser um homem da inteira confiança de Eduardo.
O desentendimento com o escritor foi o estopim do desconforto que algumas lideranças do PSB já demonstravam com Milton Coelho.
Nos bastidores, a grita geral dava conta especialmente das dificuldades de acesso a ele.
Na nova missão, Milton integrará, assim que for criada, uma comissão especial de articulação, cujo objetivo será atuar nas negociações de alianças e coligações do PSB nas capitais e nos municípios com mais de 200 mil habitantes.
Além de Milton, a comissão será composta pelo vice-presidente nacional do partido, Roberto Amaral (RJ), e o primeiro-secretário, Carlos Siqueira, pernambucano radicado em Brasília.
O deslocamento do vice-prefeito para um projeto que ainda engatinha reforça a urgência do governo e do PSB em trocar a guarda, dando vez a uma nova liderança, de estilo mais pacificador e acessível.
Para o agora ex-presidente estadual do PSB, sua saída marca o início de um novo ciclo no maior partido da aliança governista. “Fez parte de minha reflexão política que eu tinha fechado o ciclo no partido.
Muito embora não me afaste dele.
Estarei sempre presente nas articulações políticas, trabalhando em conjunto com a direção”, amenizou Milton, em sua entrevista de despedida.
O PSB chega ao seu congresso estadual, no próximo domingo (30), sem surpresas.
Os mais de 500 delegados devem referendar a escolha do diretório por Sileno Guedes.
Frente ao barulho causado com as movimentações durante o período de filiações, a executiva estadual voltou atrás na decisão de fazer do congresso uma festividade. “Divido aqui com o secretário-geral Adilson Gomes a responsabilidade por ter mudado de opinião em relação ao congresso.
Achamos por bem que ele seja cartorial, e não mais um ato festivo como havíamos planejado inicialmente”, afirmou Milton Coelho, sobre a mudança de planos.
O encontro não mais ocorrerá no Clube Internacional do Recife.
Passou para a sede da legenda, no Bairro do Espinheiro.