Por Aline Mariano (PSDB) Vivemos um momento hoje em que, mas do que nunca, é importante discutir nosso sistema de educação e sua importância para a cidade, para o estado e para o país.

Embora seja difícil medir a influência da educação no desenvolvimento econômico e social de uma nação, países como a Coreia do Sul e Cingapura, que registraram grandes avanços nas últimas décadas, mostram que essa relação é direta.

Esses dois países conquistaram resultados econômicos significativos depois de promoverem grandes investimentos no sistema educacional.

Para nós, brasileiros, que assistimos a tudo de longe, ficou a lição de que a melhoria da educação, além de ajudar a reduzir a desigualdade social, favorece a inovação tecnológica e o crescimento econômico.

Num momento propício para o desenvolvimento econômico, como o vivido hoje por Pernambuco, ter uma boa educação e formação técnica de qualidade é fundamental para ocupar as vagas abertas pelas empresas que chegam.

Mas infelizmente, estamos deixando a desejar nesse campo…

Segundo o Ideb, índice que mede o desenvolvimento da educação no país, a rede municipal de ensino do Recife é apenas a 16ª entre as capitais brasileiras em qualidade de ensino no fundamental 1 (do 1º ao quinto ano).

A situação é ainda pior no fundamental 2 (do 6º ao 9º ano), ocupando a 23ª posição entre as capitais.

Se esse quadro não mudar logo, corremos o sério risco de vermos as melhores vagas criadas nesse bom momento serem ocupadas por trabalhadores de outros estados e até de fora do país.

O que, aliás, já vem acontecendo.

Junto com a preocupação com o ensino fundamental, temos que olhar com muita atenção para a educação infantil.

Além de ser o primeiro contato das nossas crianças com a escola, a creche permite que as mães conquistem seus espaços no mercado de trabalho.

Só contando com um local onde possam deixar seus filhos em segurança, as mães recifenses terão tranquilidade para buscar oportunidades de emprego e de melhoria de renda.

E para que isso seja possível, os centros municipais de educação infantil, os Cmeis, são de extrema importância.

O direito à creche e ao ensino pré-escolar só foi garantido às crianças brasileiras pela constituição de 1988.

Inicialmente para a faixa etária de zero a seis anos, passando para de zero a cinco anos quando a LEI 11.274, de 2006, ampliou o ensino fundamental de oito para nove anos, com o ingresso da criança na escola se dando aos seis anos de idade.

No mundo, no entanto, a educação infantil surgiu há bastante tempo, sempre ligada ao ingresso das mães no mercado de trabalho.

A primeira creche que se tem notícia apareceu na Europa, no final do século 18, com o propósito de atender crianças de zero a três anos durante o período de trabalho das famílias.

No Brasil, o primeiro jardim de infância tinha um perfil mais elitista.

Foi instalado em 1875, num bairro privilegiado do Rio de Janeiro, onde eram atendidos apenas os filhos da elite da elite carioca, do sexo masculino, entre três e seis anos de idade.

Só muitos anos depois, em 1899, foi criada a primeira creche para crianças menores, também na cidade do rio de janeiro, mantida por uma indústria têxtil.

No Recife de hoje, a Prefeitura afirma manter 24 creches funcionando no conceito de atendimento integral, durante dois turnos.

Quando assumiu, o prefeito João da Costa prometeu abrir mais 40 até 2012.

Mas essa foi mais uma daquelas promessas que vêm ficando no ar.

Desse total, segundo informações divulgadas na imprensa em junho, apenas duas tiveram as obras iniciadas.

Outras onze, que foram anunciadas em agosto do ano passado, tiveram a licitação suspensa por falhas nos projetos de engenharia.

Até agora essas unidades não tiveram novo cronograma anunciado, o que significa que a PCR ainda continua sem data para dar início às obras.

Se essas, já anunciadas, ainda não saíram do papel, o que dizer das unidades restantes, prometidas para 2012?

Culpa da burocracia?

Falta de recursos?

Não, falta de vontade!

E é isso o que nos mostra nosso amigo Julio Lóssio, prefeito de Petrolina.

Com seu trabalho, Júlio prova que com vontade e criatividade é possível fazer muita coisa.

Em Petrolina, Julio já abriu 42 unidades do projeto Nova Semente, voltado a atender crianças de zero a cinco anos de idade.

Cada unidade abriga 60 crianças, o que totaliza 2.520 meninos e meninas atendidos.

A experiência vem se tornando modelo para outras cidades e já chama a atenção do palácio do planalto.

Que sirva de exemplo, também, para o Recife.